Notícias



Papo Reto 

Manoel Soares rumo à África

Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados 

29/07/2023 - 05h00min

Atualizada em: 29/07/2023 - 17h03min


GZH
GZH
Manoel Soares / Arquivo Pessoal
Manoel Soares viaja neste sábado para o continente africano

Amigos, estou embarcando neste sábado para o continente africano. Entre os negros africanizados, brincamos que essas viagens são para visitar a “mãe”.

Eu vou especificamente para Angola. Vou ficar na capital, Luanda. Angola é o sétimo país mais populoso do continente africano. Como também foi colonizado por Portugal, tem como língua principal o português, e isso nos aproxima muito, até porque foi dali também que Portugal tirou mão de obra para sustentar sua indústria da escravização.

Leia mais colunas de Manoel Soares
Na chuva eu não corro, vendo sombrinha
10 dicas para os desempregados
Para voar, mude

Geralmente, quando ouvimos falar de África, vem uma ideia de dor e tristeza, mas isso não é por acaso, gente: a força do povo africano foi substituída por imagens de povo triste e sofrido. É importante lembrar que, em 1884, rolou uma conferência em Berlim, na Alemanha, onde países europeus se juntaram para definir como dividiriam a invasão ao continente africano. É como se ricos ladrões se unissem para combinar quem iria roubar o que dos africanos. Nessa conferência, foi demarcado qual país iria explorar determinadas áreas do continente. 

É como se seus vizinhos ricos achassem que você não é inteligente o suficiente para cuidar de sua casa e decidissem que a iriam tomar de você; então, se reúnem para decidir quem fica com qual cômodo. Agora, imaginem que, além de invadirem sua casa, decidissem que você iria ser escravizado – pois é, esse foi o cenário. Nesse roubo e destruição de cultura que eles chamaram de Neocolonização, houve africanos que cederam à pressão. Imaginem que, nessa ideia de tomarem sua casa, tivesse um cunhado atrapalhado que sempre puxou o saco dos ricos e, quando eles disseram que iam invadir sua casa, prometeram umas mamatas e ele resolveu abrir o portão para os invasores. 

Foi exatamente esse o contexto da história, por isso que o mapa dos países africanos tem aquela divisão que conhecemos. Os invasores e colonizadores ignoraram os reinos locais e as culturas que já existiam. Por isso, temos países que falam francês, inglês e português. Minha ida para Angola é para tentar encontrar um pouco dessa África que não conhecemos e que não chega até nós. Farei questão de registrar tudo e trazer para vocês. Nos vemos na África, amigos.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias