Seu Problema É Nosso
Em Esteio, moradora reclama de transtornos causados por alagamentos
Veículos precisam ser retirados dos pátios das casas em episódios de chuva forte
Cada vez mais frequentes no Estado, os episódios de chuva forte são motivo de apreensão para a motorista de escolta Marcia Aparecida Viegas da Silva, 48 anos. Isso porque, sempre que eles ocorrem, o trecho em que ela reside na Rua Castro Alves, entre as vias Joana D’arc e Vinte de Dezembro, no bairro Tamandaré, em Esteio, sofre com o acúmulo de água.
– Tenho a impressão de que os bueiros não dão vazão, então não tem para onde escoar. E a prefeitura, que cuida bastante das áreas que ficam perto dos arroios, não dá a atenção que nós precisaríamos aqui nessa parte da cidade – comenta.
Morando na mesma casa há 35 anos, Marcia conta que o problema com alagamentos na extensão da rua em que mora não é recente.
Problema é antigo
Em 2010, o Diário Gaúcho mostrou o caso em uma reportagem. De acordo com ela, os transtornos eram piores antes das mudanças que foram realizadas na RS-118, rodovia que foi duplicada e fica na região:
– A água vinha com muito mais força. Entrava nas casas. Fiz uma (construção) nova em 2012, mais alta, e agora não sobe tanto, mas vem até o pátio, fica acumulada porque a rua é até um pouco mais alta que o terreno. Quando vemos que vai acontecer, temos que correr e tirar os carros – explica.
A motorista cita que, muitas vezes, um dos automóveis é o da empresa em que ela trabalha e que fica estacionado em sua casa. Por precaução, nestes episódios, o veículo precisa ser levado a um lugar mais alto.
Outro contratempo é a sujeira que fica no local após as cheias. Como as bocas de lobo, duas delas em frente à residência de Marcia, não dão conta do escoamento, a água da chuva se mistura com o esgoto.
Outro agravante, diz, é o fato de que o trecho em questão fica a poucos metros do Hospital São Camilo – principal ponto de atendimento em saúde do município. Ou seja, a Rua Castro Alves é importante para o deslocamento até a unidade.
– Já relatei isso para a prefeitura. Houve uma época em que fazíamos isso por um aplicativo. Eles vieram e limparam os bueiros. Melhorou por um tempo, mas de setembro para cá voltou. Queria que fosse resolvido de vez, porque é só aqui (nessa parte da via) que acontece – pontua.
Solução até o final do ano
Questionada pela reportagem, a prefeitura de Esteio informou que a obra de microdrenagem da Rua Castro Alves no trecho em que Marcia reside já está na programação da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos. O procedimento, deve ser realizado até o final do ano, segundo a resposta.
Sobre este prazo, o Executivo municipal diz que teve “que direcionar esforços para outros lugares destruídos no ciclone de junho e nas chuvas de volume histórico de setembro”. Salienta ainda a prefeitura que foram registrados 517 milímetros de chuva no último mês, nível nunca alcançado nas estatísticas da cidade. Por fim, o retorno explica que “trata-se de uma obra que exige planejamento adequado, pois a casa fica em nível abaixo da rua e da rede de drenagem existente, dificultando a vazão”.
*Produção: Guilherme Jacques