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Em Esteio, moradora reclama de transtornos causados por alagamentos

Veículos precisam ser retirados dos pátios das casas em episódios de chuva forte

23/10/2023 - 05h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Marcia da Silva / Arquivo pessoal
Rua é mais alta que o nível das residências e bueiros não dão vazão à água.

Cada vez mais frequentes no Estado, os episódios de chuva forte são motivo de apreensão para a motorista de escolta Marcia Aparecida Viegas da Silva, 48 anos. Isso porque, sempre que eles ocorrem, o trecho em que ela reside na Rua Castro Alves, entre as vias Joana D’arc e Vinte de Dezembro, no bairro Tamandaré, em Esteio, sofre com o acúmulo de água

– Tenho a impressão de que os bueiros não dão vazão, então não tem para onde escoar. E a prefeitura, que cuida bastante das áreas que ficam perto dos arroios, não dá a atenção que nós precisaríamos aqui nessa parte da cidade – comenta. 

Morando na mesma casa há 35 anos, Marcia conta que o problema com alagamentos na extensão da rua em que mora não é recente

Problema é antigo

Em 2010, o Diário Gaúcho mostrou o caso em uma reportagem. De acordo com ela, os transtornos eram piores antes das mudanças que foram realizadas na RS-118, rodovia que foi duplicada e fica na região: 

– A água vinha com muito mais força. Entrava nas casas. Fiz uma (construção) nova em 2012, mais alta, e agora não sobe tanto, mas vem até o pátio, fica acumulada porque a rua é até um pouco mais alta que o terreno. Quando vemos que vai acontecer, temos que correr e tirar os carros – explica. 

A motorista cita que, muitas vezes, um dos automóveis é o da empresa em que ela trabalha e que fica estacionado em sua casa. Por precaução, nestes episódios, o veículo precisa ser levado a um lugar mais alto. 

Outro contratempo é a sujeira que fica no local após as cheias. Como as bocas de lobo, duas delas em frente à residência de Marcia, não dão conta do escoamento, a água da chuva se mistura com o esgoto. 

Outro agravante, diz, é o fato de que o trecho em questão fica a poucos metros do Hospital São Camilo – principal ponto de atendimento em saúde do município. Ou seja, a Rua Castro Alves é importante para o deslocamento até a unidade. 

– Já relatei isso para a prefeitura. Houve uma época em que fazíamos isso por um aplicativo. Eles vieram e limparam os bueiros. Melhorou por um tempo, mas de setembro para cá voltou. Queria que fosse resolvido de vez, porque é só aqui (nessa parte da via) que acontece – pontua. 

Solução até o final do ano

Questionada pela reportagem, a prefeitura de Esteio informou que a obra de microdrenagem da Rua Castro Alves no trecho em que Marcia reside já está na programação da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos. O procedimento, deve ser realizado até o final do ano, segundo a resposta. 

Sobre este prazo, o Executivo municipal diz que teve “que direcionar esforços para outros lugares destruídos no ciclone de junho e nas chuvas de volume histórico de setembro”. Salienta ainda a prefeitura que foram registrados 517 milímetros de chuva no último mês, nível nunca alcançado nas estatísticas da cidade. Por fim, o retorno explica que “trata-se de uma obra que exige planejamento adequado, pois a casa fica em nível abaixo da  rua e da rede de drenagem existente, dificultando a vazão”.

*Produção: Guilherme Jacques


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