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Coluna Lado C

Cris Silva apresenta Tiago Boff, produtor do Timeline e do Gaúcha Atualidade

Uma das funções do jornalista é preparar as entrevistas dos programas, que incluem contatos com políticos e celebridades

02/09/2017 - 12h00min

Atualizada em: 02/09/2017 - 12h00min



Ele é conhecido pelos colegas por produzir entrevistas exclusivas e surpreendentes. Na coluna deste final de semana, eu te conto um pouco dos bastidores da Rádio Gaúcha (600 AM e 93.7 FM) por meio de histórias vivenciadas pelo jornalista Tiago Boff, produtor dos programas Timeline e Gaúcha Atualidade.

Uma das tuas funções é preparar as entrevistas nos programas. Como tu consegues o contato de políticos e celebridades?
Sempre tem alguém que conhece alguém que tem o telefone de alguém. Eu queria falar com o ministro do Planejamento (Dyogo Oliveira), mas a assessoria estava dificultando. Fui falar com outro ministro, gaúcho, que me conhece de longa data. Ele tinha o telefone. Também já cheguei a alguns artistas pelo Thiago Lacerda, que virou meu amigo após participar do Timeline.

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Como é a receptividade quando tu ligas para as pessoas, os famosos?
Eu me preparo, pesquiso, vejo se teve algum atrito com o assunto que vamos falar. E, se a pessoa costuma ter hábitos noturnos _ afinal, ninguém gosta de ser acordado às 7h. Já levei um "não me liga mais" do Eduardo Paes (PMDB), ex-prefeito do Rio de Janeiro. Mas também já tive a sorte de ligar para o Carlos Alberto de Nóbrega, e ele largar um: "Aaaaaah, a Rádio Gaúcha! Eu adoooooro os gaúchos".

Qual foi a entrevista mais difícil de conseguir?
Foi o Faustão. Ele é muito reservado, o que o torna mais interessante ainda para um produtor que gosta de desafios (risos). Era 2015, liguei, e ele não me atendeu. Mandei mensagem pedindo desculpas por ser tão invasivo, mas que uma entrevista dele seria muito legal para os ouvintes. A resposta foi "não" porque não gosta de se expor. Quase dois anos depois, perto do aniversário da Gaúcha, pensei: "'Faustão quase trabalhou conosco, ele poderia nos atender para falar dos 90 anos da rádio". Escrevi a mensagem. Ele nos atendeu um mês depois, por 50 minutos ao vivo.

Como foi a tua história com Geddel Vieira Lima?
Ele queria usar de sua influência para liberar a construção de um prédio residencial que infringia as regras de conservação do patrimônio histórico de Salvador. Eu mandei WhatsApp, e o ex-ministro respondeu que não falaria. Agradeci e, sem querer, mandei um beijo com coração. O beijo era para outra pessoa, em uma conversa paralela. Percebi o erro e me desculpei. Geddel respondeu: "Não se preocupe pelo beijo. Estou precisando mesmo de gestos de carinho, ainda que sem querer".

Quando tu sentiste aquela sensação de "missão cumprida"?
Uma escola (Apae de Viamão) foi arrombada e teve todos os computadores roubados. Entrevistamos a diretora da instituição, que ficou muito emocionada ao contar que os alunos estavam tristes por não terem mais as máquinas. Meia hora depois, recebi a ligação de uma empresária que doou computadores e equipou a sala. Liguei para a diretora, fiz o meio de campo e, depois, recebi a notícia de que mais pessoas ajudaram. É um grão de areia no deserto de problemas que deparamos, mas gratifica muito.

Colegas de Timeline falam sobre o Tiago:
"Embora seja colorado, o Tiago é imortal como o Grêmio, porque nunca desiste de um entrevistado."
David Coimbra

"Não existe rádio sem produção. Tiago é incansável até o entrevistado escrever no WhatsApp para ele: 'Topo'."
Luciano Potter

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