Em podcast
Camila Pitanga diz não se definir como bissexual: "Estou em movimento, vivendo"
Atriz namorou a artesã Beatriz Coelho por dois anos e atualmente está em um relacionamento com o professor de filosofia Patrick Pessoa
A representatividade enquanto mulher negra, o momento com o novo namorado, a relação com a sua sexualidade e a amizade com o pai, o também ator Antonio Pitanga, foram alguns dos temas debatidos no podcast Quem Pode, Pod com a atriz Camila Pitanga, 45 anos, nesta terça-feira (6). O programa é apresentado por Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme.
Quando o assunto foi seu antigo relacionamento com a artesã Beatriz Coelho, que terminou em 2020 após grande repercussão na mídia, a artista comentou que já havia trocado beijos com pessoas do mesmo sexo anteriormente. Para ela, a libido é uma construção envolvendo afeto que pode ser alterada ao longo da vida. Ainda que acredite que seu namoro com Beatriz não era uma "missão", a artista diz compreender a responsabilidade que assumiu com o público LGBT+.
— A gente vive ainda em um país que tem dificuldade de entender que as pessoas possam ser livres e amar do jeito que quiserem. Diria que sempre fui uma heterossexual convicta. Não via essa possibilidade, não estava no meu radar. Não como um problema, mas no desejo. Já tinha dado uns beijos, "bi festinha", mas não era um desejo. Libido é algo em construção, não é algo que nasce com você, formatado, e acabou. Você pode se desenvolver para o lado que quiser. Acho que foi um lance de expansão — afirmou ela sobre o assunto.
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— Primeiramente, de afeto, porque eu vivi um amor, e não uma sexualidade. Isso não era para ser uma missão, um panfleto. Claro que com a compreensão do que isso significava para muitas pessoas. Mas o dilema era que eu entendi uma responsabilidade sobre isso. Para sustentar isso, você tem que ter vivência. Acho que isso estava atropelando um pouco a gente — continuou.
Por tudo isso, Camila destacou que não tem uma orientação sexual definida.
— Se me cobrarem agora um nome, uma caixinha, eu não me daria nome como bissexual. Estou em movimento, estou vivendo. Mas, politicamente, entendo a importância de dizer isso. Minha libido é aberta, adoro gozar e não vou abrir mão da minha liberdade porque as pessoas estranham.
Na entrevista, a atriz ainda se declarou ao atual namorado, o professor de filosofia Patrick Pessoa.
— Estou namorando seriamente, apaixonada. Um amor maduro. Está bonito. Ele é lindo, um gato. Ele é um homem muito íntegro — elogiou ela. — Fiz um mandato para mim de não me casar ou morar junto por dois anos, seja quem for. Mas, agora, é diferenciado. Estou com a casa em obra e fui morar de aluguel em outro lugar. Obra atrasa, tive que entregar (o imóvel alugado) e estou sendo acolhida pelo meu namorado. É um "casamentinho", a gente está curtindo. A gente tem conversado que é muito bom ser namorado e ter um espaço para cada um.
Por fim, contou que o pai, de 83 anos, tem a "alma jovem" e a relação entre eles é de amizade.
— Meu pai me deu uma educação muito saudável nesse sentido de troca, de conversa. Meu pai é amigo até hoje. Ele tem 83 anos, mas tem alma jovem. Ele é bom de conversa, divertido, gaiato. Claro que também brigamos, mas não dura cinco minutos... Às vezes, como filha, a gente está muito próxima e não enxerga a grandeza, o tamanho como artista. Fica uma coisa meio visada, até como filha, rabugenta.