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O karatê kid de Cachoeirinha sonha com a Olimpíada de 2020

Douglas Souza Dias, de 13 anos, garantiu vaga na seleção brasileira de taekwondo, mas falta de apoio ameaça participação em torneios  

12/04/2016 - 15h27min

Atualizada em: 12/04/2016 - 16h11min


João Linden
João Linden
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Guri tem vaga tem lugar na equipe que disputará o sul-americano e o pan americano, mas ainda corre atrás de patrocínio

A técnica contábil Andréia Cunha, 44 anos, tinha um problema em casa: a agitação de seu caçula, Douglas Souza Dias, 13. Entre tantas alternativas para amenizar o ímpeto do filho, a moradora de Cachoeirinha encontrou a solução aonde menos esperava: no cinema.

– Ele era um terror, não parava quieto. Nunca deu atenção para nenhum filme, até que assistiu ao Karatê Kid em 2010. Pela primeira vez, parou quietinho e viu um filme inteiro. Ao final, me pediu para treinar caratê – lembra a mãe.

Andréia procurou uma academia com aulas de caratê na região. Não encontrou e levou Douglas para o taekwondo.

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A aposta deu certo. A mãe descobriu um talento que orgulharia até o Mestre Myagi, personagem do filme. Logo na primeira competição, Douglas foi campeão e não parou de colecionar conquistas desde lá. Hoje, já são mais de 70 medalhas em casa, quase todas douradas.

– Gosto muito do esporte em si, da luta. Tanto é que, quando não estou na academia, pratico em um mini tatame que minha mãe improvisou lá em casa. Não me vejo longe do esporte, tenho o sonho da Olimpíada de 2020, em Tóquio – diz o garoto que nunca perdeu campeonato em nível estadual.

Os primeiros passos para o sonho foram dados. O guri conquistou vaga na seleção brasileira de taekwondo pelo quarto ano consecutivo. Está apto para representar o país no sul-americano e no pan-americano deste ano. A vaga está na mão. Falta agora o dinheiro para bancar as viagens. O único incentivo vem da prefeitura de Cachoeirinha, R$ 1,4 mil anuais.

– Fizemos várias loucuras para ele participar de competições fora do Estado. Até empréstimo bancário já paguei. Mas não dá. Precisamos de um patrocinador para que siga fazendo no esporte – desabafa o pai de Douglas, o comerciante Valmir Dias.

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Se a agitação foi um dos motivos que levou Douglas ao taekwondo, hoje, curiosamente, seu sucesso está atrelado à calma e ao foco. Quem explica isso é o professou do garoto, Israel Bravo Vieira.

– O Douglas nasceu com um talento para o taekwondo. Tem habilidades motoras propícias às artes marciais. Também é muito determinado e concentrado, tem facilidade para aprender os movimentos. A soma de todas essas características o transforma em um atleta de topo – afirma Vieira.

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* Diário Gaúcho


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