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Jogo duro 

O que fazer quando não avança a negociação da dívida com o banco 

Mais de 60% dos consumidores não conseguem renegociar com essas instituições financeiras. Saída pode ser buscar mediação judicial.     

13/02/2017 - 07h00min

Atualizada em: 13/02/2017 - 07h01min


Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues
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Cledimir teve dificuldade até conseguir negociar

O metalúrgico Cledimir Martins Berny, 51 anos, tentou negociar com o banco no qual tinha conta corrente e cartão de crédito por quatro meses. Foi a tentativa de resistir a uma dívida que superava os R$ 5 mil.

– Passei por três gerentes diferentes para tentar negociar. Chegaram a mandar mensagem de cobrança para a minha irmã, que não tinha nada a ver com o caso – lembra o morador do Bairro Rubem Berta, Zona Norte de Porto Alegre.

A instituição financeira não deu alívio e fez jogo duro. A única proposta era quitar o que devia. A resistência de Cledimir durou até esta semana, quando usou uma reserva que tinha para terminar com o débito.

– Preciso do meu nome limpo, podia entrar na Justiça, mas quanto tempo levaria? Agora, não quero nada com esse banco – promete ele.

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Sem conversa

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) divulgou pesquisa realizada com internautas sobre dívidas com os bancos. Mais de 60% deles tentaram renegociar e não conseguiram.

– E o vilão das dívidas é o cartão de crédito e o cheque especial. As pessoas precisam fazer um diagnóstico completo da situação de endividamento para sair disso – a economista do Instituto e responsável pela pesquisa, Ione Amorim.

Questionadas pelo Idec, as instituições não apresentaram respostas efetivas sobre a queixa. Foram consultadas as cinco instituições mais lembradas na pesquisa: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Federal, Itaú e Santander.

– O importante é o cliente sentar na frente do gerente dele. Esse contato é fundamental, por mais canais que o banco ofereça. Aqui, no Procon, auxiliamos nisso se a pessoa não conseguir – afirma o diretor-executivo do Procon da Capital, Cauê Vieira.

Entre os cuidados para não piorar a situação está evitar trocar uma dívida por outra, com juros mais altos, que pode criar um ciclo ainda pior de endividamento. O advogado Jamil Abdo alerta para as cobranças abusivas, como a que Cledimir recebeu.

– Chegam a ser agressivos, ligam para vizinhos cobrando. As pessoas ficam entre comer e pagar o banco. Poucos procuram o judiciário. E nossa experiência mostra que 90% dos que entram na Justiça ganham as causas – avalia.

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Preste atenção ao renegociar:

1 – Liste todas as despesas mensais: água, luz, telefone, internet, alimentação e verifique quais são as dívidas, como cartão de crédito, cheque especial, financiamento e etc.

2 – Nada de telefone, vá à agência e procure pelo gerente da sua conta. Esse contato individual é importante.

3 – Solicite dados detalhados da dívida como saldo devedor atualizado, encargos, total de parcelas pagas e faltantes, taxa de juros contratada e período de inadimplência.

4 – Esteja certo de que poderá pagar o que vai propor. Não adianta renegociar e depois começar a dever de novo, pode piorar a situação.

5 – Peça o cancelamento do cartão de crédito e cheque especial até que consiga se equilibrar nas finanças.

6 – Nunca aceite a primeira proposta do credor, mesmo que ele diga que não tem alçada para negociar um valor mais baixo. Faça a contraproposta, é importante que fique registrado que você busca pagar.

7 – Só faça parcelamento se as taxas forem de valor fixo e não contenham ainda mais juros embutidos, senão, a dívida pode ficar ainda maior do que antes.

Fontes: advogado Lisandro Adames, especialista em direitos do consumidor, advogado Jamil Abdo, economista Ione Amorim e Procon/POA

SERVIÇOS QUE PODEM AJUDAR NA NEGOCIAÇÃO

PROCON:
– O Procon do seu município pode ajudar na mediação da negociação, além de averiguar se existe algum abuso praticado pela instituição.Procon Porto AlegreEndereço: Rua dos Andradas, 686, CentroHorário: das 10h às 16hSão distribuídas 70 fichas por dia.

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CENTRO JUDICIÁRIO DE SOLUÇÕES DE CONFLITOS E CIDADANIA (CEJUSC) DO FORO CENTRAL DA CAPITAL


– Faz a conciliação entre o cliente e os bancos, fazendo o convite para um encontro entre eles com a presença de um conciliador.

– Havendo acordo, o credor pode tirar o nome do envidado do SPC/Serasa de imediato, antes mesmo do pagamento total.

– Informações pelo telefone 3210-6500, ramais 1078 e 6809, de segunda a sexta, das 9h às 18h.

PORTO ALEGRE


– Moradores da Capital devem enviar as seguintes informações pelo e-mail cejuscpoa-pcs@tj.rs.gov.br
Nomes completo:
Data de nascimento:
Aceita receber informações desse processo por e-mail?
Se sim, qual e-mail?
RG:
CPF
Telefone:
Endereço completo com CEP:
Sexo:
Assunto:
Parte solicitada (quem gostaria de chamar):
E-mail/endereço da parte solicitada, se possível:
– Mais informações: 3210-6500, ramais 1078 e 6809
– O Cejusc funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h

OUTROS CEJUSC

Cejusc do Foro Regional do Partenon - Porto Alegre

Telefone: (51) 3259-3446
E-mail: cejuscfrp@tj.rs.gov.br

Cejusc de Canoas

Telefone: 3472-1184, ramal 1330
E-mail: cejusccan@tjrs.jus.br

CEJUSC de Esteio
Telefone: 3473-6287 R: 1255
E-mail: cejusceio@tj.rs.gov.br

CEJUSC de Gravataí

Telefone: 3488-2065 R: 1267
E-mail: cejuscgti@tj.rs.gov.br

CEJUSC de Guaíba
Telefone: 3480-1329 R: 1254
E-mail: frgub2vcrimc@tjrs.jus.br

Cejusc de Novo Hamburgo
Telefone: 3553-5577
E-mail: cejuscnh@tj.rs.gov.br

Cejusc de São Leopoldo
Telefone: 3590-1299, ramal 1428
E-mail: cejuscsle@tj.rs.gov.br

Cejusc de Sapucaia do Sul

Telefone: 3474-2449 ramal: 1006
E-mail: cejuscsps@tj.rs.gov.br

Nas cidades sem Cejusc, o cidadão deve ir ao Fórum mais próximo.

DEFENSORIA PÚBLICA


– A Defensoria também auxilia pessoas com problemas de superendividamento. Antes de ajuizar ações, também se busca acordo entre as partes.
– Para quem: Pessoas com renda familiar de até três salários mínimos
Como funciona: O interessado deve procurar a Defensoria, em todas as 164 Comarcas do Estado, dentro ou junto aos foros.
Em Porto Alegre, se deve procurar primeiro a unidade central
Ligue para: (51) 3211-2233
Onde ir na Capital: Rua Sete de Setembro, 666, Centro Histórico.
Horário: De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min

Na Região Metropolitana:

– Alvorada: Rua Maringa, 280, Bairro Maringá.
Telefone: (51) 3411-1769
– Cachoeirinha: Rua Manatá, 690, Bairro Vila Monte Carlo.
Telefones: (51) 3439-3259 e (51) 3439-3616
– Campo Bom: Avenida dos Estados, 800, Centro.
Telefone: (51) 3597-0522
– Canoas: Rua Coronel Marcelino, 25, Centro.
Telefones: (51) 3472-0366 e (51) 3472-2428
– Dois Irmãos: Rua Novo Hamburgo, 1.079, Bairro Primavera.
Telefone: (51) 3564-3250
– Eldorado do Sul: Avenida Mário Ribeiro, 143, Centro.
Telefone: (51) 3481-6639
– Estância Velha: Rua Sete de Setembro, 70, Centro.
Telefone: (51) 3561-8969
– Esteio: Rua Dom Pedro, 200, Centro.
Telefone: (51) 3459-4011
– Gravataí: Rua José Loureiro da Silva, 2.255. Centro.
Telefones: (51) 3484-5326, (51) 3423-5624 e (51) 3431-8615
– Guaíba: Rua Nestor de Moura Jardim, 387, Bairro Coronel Nassuca. Telefones: (51) 3491-6414 e (51) 3491-2189
– Ivoti: Rua Bento Gonçalves, 800, Centro.
Telefone: (51) 3563-2196
– Novo Hamburgo: Rua Guia Lopes, 4.050, Bairro Rondônia.
Telefone: (51) 3581-5426, (51) 3593-2892 e (51) 3594-3536
– Portão: Rua Cuiabá, 145, Centro.
Telefone: (51) 3562-3174
– São Leopoldo: Avenida Unisinos, 99, Bairro Cristo Rei.
Telefone: (51) 3568-6127
– Sapiranga: Rua Alberto Schmidt, 441, Centro.
Telefone: (51) 3559-5220
– Sapucaia do Sul: Avenida João Pereira Vargas, 611, Centro.
Telefone: (51) 3452.1173
– Triunfo: Rua dos Bombeiros Voluntários, 100, Bairro Centro.
Telefone: (51) 3654-3911
– Viamão: Av. Senador Salgado Filho 9.764, Bairro Centro.
Telefones: (51) 3485-3164 e (51) 3485-3463



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