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Saúde pública

Após seis meses sob nova gestão, Hospital da Restinga registra aumento no número de procedimentos

Moradores da região ainda aguardam a construção de uma maternidade, mas ela não está prevista no contrato

21/02/2019 - 07h00min


Jeniffer Gularte
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Fernando Gomes / Agencia RBS
Há seis meses, instituição de saúde é administrada pela Associação Hospitalar Vila Nova

Em seis meses à frente da gestão do Hospital da Restinga e Extremo Sul, a Associação Hospitalar Vila Nova (AHVN) tem atingido as metas de atendimento e já negocia com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre o reajuste do valor do contrato. 

O diretor-executivo do Hospital da Restinga, Paulo Scolari, afirma que os gastos mensais da instituição superam entre 15% e 18% a quantia que é recebida. 

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Atualmente, o valor repassado pelo SUS para a gestão do hospital é de R$ 3,7 milhões. A quantia é rateada entre União, Estado e município. Para continuar mantendo os serviços, Paulo afirma que precisaria de um aporte de mais R$ 500 mil a R$ 800 mil por mês. 

A SMS não dá informações sobre um possível aumento de verbas, mas informa que acompanha constantemente o fluxo dos serviços novos oferecidos pelo hospital. E que o “realinhamento de fluxos assistenciais pode ou não implicar em realinhamento de custos na medida que estas análises são feitas”. 

Ocupação

Até aqui, o hospital, sob a gestão do Vila Nova, tem operado com ocupação de 80% dos 101 leitos de internação e 90% nos 10 leitos de UTI. Até o final de janeiro, foram feitas 1.614 cirurgias, uma média de 269 cirurgias por mês. São realizados procedimentos de baixa e média complexidade, entre os principais estão vesícula, apêndice e retirada de pequenos tumores. Entre exames de imagem e de laboratório, foram feitos 166 mil no semestre.

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Fernando Gomes / Agencia RBS
Ocupação é de 80% nos leitos de internação e 90% nos leitos de UTI

Já o Pronto-Atendimento de Traumatologia, inaugurado há quatro meses, fez 3,2 mil atendimentos, média de 800 por mês. O local funciona de segunda a sábado, das 7h às 19h, e recebe casos de média complexidade. Um dos objetivos de Paulo é passar a oferecer cirurgias traumatológicas, serviço que precisa ser pactuado com a SMS. 

Emergência mais ágil

Um dos pontos mais sensíveis do hospital, a emergência passou a atender mais. Foram 21 mil atendimentos nos últimos seis meses da gestão do Hospital Moinhos de Vento, ante 38 mil atendimentos no primeiro semestre de gestão do Hospital Vila Nova.

A demora para o atendimento no setor era uma das principais reclamações dos usuários. A direção afirma que conseguiu reverter a situação. A meta é que nenhum paciente espere mais do que duas horas, mesmo em casos com pouca gravidade.

– Na emergência, chegamos a ter quatro médicos por turno. Isso com a possibilidade de se chamar um quinto médico, se houver necessidade – diz Paulo. 

Fernando Gomes / Agencia RBS

Morador da Lomba do Pinheiro, o aposentado José Antônio Arrojo Rodrigues, 66 anos, aprovou a agilidade do atendimento. Com dores nos tendões do braço esquerdo, ele disse que preferiu ir ao Hospital da Restinga e não no Pronto-Atendimento da Lomba do Pinheiro:

– Me disseram que aqui seria mais rápido, então vim direto – afirma ele, que chegou às 8h30min desta segunda-feira e, às 10h30min, estava na sala de medicações. 

Comunidade quer maternidade, que não está prevista

O Hospital da Restinga foi a primeira opção da manicure Fernanda Vieira da Silva, 35 anos, ao procurar socorro para o filho Samuel, nove anos. O menino, diagnosticado com linfadenite (inflamação dos gânglios linfáticos), chegou com dores na quarta-feira da semana passada e seguia internado na segunda-feira, sem previsão de alta.

– Moro na Hípica e é o hospital mais próximo de casa, onde sempre somos bem atendidos – afirma Fernanda. 

Fernando Gomes / Agencia RBS
Fernanda aprovou o atendimento recebido pelo filho Samuel

O conselheiro distrital de saúde da Restinga, Carlos Alexandre Vargas de Andrade, confirma que a comunidade está satisfeita: 

– Temos bom contato e, por enquanto, não há reclamações. A comunidade absorveu muito bem a mudança. Agora, seguimos tentando a abertura da maternidade. 

Com espaço físico reservado para o centro obstétrico, o Hospital da Restinga ainda não conta com o serviço pois não está previsto no atual contrato, e não tem previsão de abri-lo.  A Secretaria Municipal de Saúde informou que a população atendida pelo hospital é insuficiente para justificar a presença de um centro obstétrico. 

A abertura do serviço no local dependeria de uma avaliação conjunta com a Secretaria Estadual de Saúde sobre a necessidade do serviço também em outras cidades próximas à Restinga, o que poderia viabilizar o centro obstétrico no hospital.



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