Investigação
Após denúncia de excesso, PM alega que reagiu a assalto em Esteio
Polícia apura se abordagem foi uma arbitrariedade após briga de trânsito

Em depoimento à DP de Esteio na última quarta, o policial militar de 25 anos, envolvido em uma abordagem com suspeita de excesso e e tortura no último final de semana, confirmou que agiu em reação a uma tentativa de assalto em seu horário de folga.
Para o delegado Leonel Baldasso, no entanto, o depoimento do PM e de outros dois colegas envolvidos na abordagem a um casal na área central da cidade reforçou contradições. Novos exames periciais foram solicitados.
- O Departamento de Criminalística coletou dados na casa e no carro do casal. A alegação do policial militar para justificar os ferimentos do casal é de que eles saltaram do veículo em movimento. Mas não há nenhuma marca visível de colisão, indicando que o carro tenha seguido em movimento - diz o delegado.
Cândida Cristina Mello, 33 anos, atingida por tiros nas pernas e com traumatismo craniano, segue internada no Hospital Presidente Vargas, em Sapucaia do Sul. O marido dela, o mecânico Claudiomiro da Silva, 35 anos, também teve ferimentos na abordagem iniciada pelo policial, na noite de domingo, enquanto estava de folga.
No depoimento, o PM teria acrescentado outras informações para justificar os ferimentos do casal. Além da queda do veículo, ele alega que, para controlar Claudiomiro, teria lhe desferido duas cabeçadas depois de ter atirado nas pernas dele. O mecânico alega que levou coronhadas.
Sobre Cândida, o soldado teria afirmado que ela caiu ao ser perseguida até os fundos da residência, onde também foi baleada.
A polícia apura se a abordagem foi uma arbitrariedade depois de uma briga de trânsito ou a reação do PM quando o casal teria tentado roubar o seu carro em uma sinaleira da Avenida Padre Claret.