Polícia



Crime no hospital

Polícia procura imagem de atirador entre 500 visitantes

Polícia começou ontem a analisar as imagens da câmeras de segurança do Hospital Cristo Redentor

13/10/2014 - 16h53min

Atualizada em: 13/10/2014 - 16h53min


Desde a manhã de hoje os investigadores do Departamento de Homicídios quebram a cabeça para identificar o suspeito de ter entrado no Hospital Cristo Redentor na noite de domingo e executado, com tiros na cabeça, César da Fé Bugmaer, o Russo, 42 anos, que estava internado desde sexta em recuperação. Ele havia sido baleado em Viamão na manhã de sexta. A suspeita é de que os mesmos atiradores tenham ido ao hospital "terminar o serviço". A polícia investiga a possibilidade do crime estar vinculado a disputas do tráfico na Zona Norte da Capital, ou em Viamão.
Nesta tarde, o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) suspendeu por 48 horas as visitas no Hospital Cristo Redentor. Haverá reforço das equipes de segurança e também da recepção. Na quinta-feira serão anunciadas mudanças nas regras de acesso, com horários diferenciados de visitas.

500 pessoas entraram como visitantes

Também hoje, a direção do GHC entregou ao Departamento de Homicídios as imagens das 19 câmeras que monitoram a movimentação na recepção e nos corredores do Cristo Redentor. Entre 18h30min e 19h30min, quando se suspeita que o atirador tenha acessado o hospital, fazendo-se passar por visitante, a estimativa é de que cerca de 500 pessoas passem pela entrada. O suspeito teria permanecido após esse horário e, por volta das 20h, entrou no quarto 426, do quarto andar, onde Russo estava se recuperando. Justamente neste andar, não haveria câmeras no corredor. Russo foi morto com dois tiros na cabeça diante de outros três pacientes no quarto.

Colegas de quarto foram ouvidos

O caso é tratado, até o momento, em sigilo pela polícia. Os primeiros depoimentos colhidos foram dos pacientes que dividiam o quarto com o Russo.
Em meio à confusão que se seguiu aos tiros, a suspeita da polícia é de que o atirador, provavelmente acompanhado de outro homem, tenha conseguido sair pela recepção da emergência.
Russo estava em liberdade condicional desde novembro do ano passado. Tinha condenação por porte ilegal de arma, mas era investigado por tráfico de drogas, juntamente com outros três irmãos. Há apenas três semanas, um deles, Darci Devertino da Fé Bugmaer, 46 anos, foi executado com diversos tiros em um bar no Jardim Planalto, Bairro Jardim Itu Sabará. A principal hipótese considerada pela polícia até o momento é de que o mesmo grupo tenha agora assassinado o seu irmão.

Dinastia do crime

Desde o começo da década passada, os Bugmaer ganharam poder na Vila Jardim, Zona Norte da Capital. Apoiados pela facção dos Bala na Cara, teriam dominado a maior parte do tráfico na região. Há dois anos, porém, o pai deles acabou flagrado pelo Denarc com um grande carregamento de cocaína em seu apartamento. O prejuízo pode ter sido decisivo para rachar o poder dos irmãos
Teriam sido expulsos dos pontos de tráfico na Vila Jardim e, ao menos desde começo deste ano, estariam comandando as bocas de fumo no Jardim Planalto. É possível que as ordens para matá-los tenham partido dos próprios Bala na Cara. Os agentes da 3ª DHPP trabalham para chegar aos suspeitos.


Polícia analisa imagens de câmeras de segurança

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