Uma operação da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ª DHPP) acabou por desmontar uma boca de tráfico na zona sul de Porto Alegre, na tarde desta segunda-feira. A ação investigava o ataque a tiros em um lotação no bairro Restinga, que matou a adolescente Brenda Souza dos Santos, 17 anos, e deixou outros três feridos em março, mas acabou localizando uma casa que era utilizada como laboratório para preparo de drogas.

De acordo com o delegado Adriano Melgaço, titular da 4ª DHPP, os agentes foram ao local na Vila Teletubbies, bairro Chapéu do Sol, para cumprir um mandado de busca e apreensão.

- Nossa apuração tinha identificado que, nesse local, um dos suspeitos do ataque ao lotação tinha sido deixado lá logo após o crime - explica Melgaço.

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Ao chegar na casa, por volta das 15h30min, os agentes flagraram três adultos e dois adolescentes preparando porções de droga para a venda. Foram encontradas quantidades de cocaína sendo embaladas em trouxinhas pequenas, várias pedras de crack já preparadas para consumo e munições de calíbres variados. Conforme o delegado, os três homens foram autuados em flagrantes por tráfico, associação para o tráfico e porte ilegal. Os menores foram apreendidos e conduzidos ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca).

O delegado não descarta que alguns deles tenham participado do ataque a lotação em março, mas ainda não foi possível confirmar essa suspeita. 

Vítima inocente da guerra do tráfico


Crime aconteceu dentro de lotação na Restinga (Foto: Eduardo Torres)

Brenda volta de uma festa quando foi atingida por um disparo na cabeça dentro de um lotação que seguia do Centro para a Restinga, no extremo-sul de Porto Alegre, onde ela morava. Segundo a investigação, ela se viu em meio ao que seria uma execução relacionada aos confrontos de gangues do bairro.

Na última sexta-feira, a 4ª DHPP cumpriu na Restinga quatro mandados de busca e apreensão relacionados ao caso. No mesmo dia, Wagner Miranda Soares, 19 anos, que tinha prisão preventiva decretada pela Justiça como suspeito do crime, acabou preso pelo 21º Batalhão de Polícia Militar.

O ataque ao veículo teria sido cometido por pelo menos três jovens, que seriam integrantes da Gangue dos Marianos. O objetivo deles, segundo a investigação, era atirar em rivais da Vila Castelo, mas erraram o alvo.

Além de Brenda, que ainda permaneceu uma semana hospitalizada no HPS, outros três jovens foram baleados na ocasião pelos dois atiradores que, após render um taxista, usaram o táxi para seguir o lotação até a Avenida Eduardo Prado, onde fizeram o ataque.