Crime em Charqueadas
Envolvidos na morte de Ronei teriam espancado outros dois jovens em abril
Nesta sexta-feira, polícia indiciou nove adultos pelo caso ocorrido no início deste mês
Uma tragédia semelhante à que teve como vítima o jovem Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, 17 anos - morto ao ser espancado por um grupo de jovens, ao final de uma festa, em Charqueadas, no dia 1º deste mês -, por pouco não ocorreu quatro meses antes, no mesmo município. Em abril, dois jovens de Porto Alegre foram espancados em circunstâncias semelhantes. Um inquérito policial foi aberto para apurar essa ocorrência.
A revelação foi feita pelo delegado Rodrigo Machado dos Reis que, nesta sexta-feira (dia 28), enviou à Justiça o inquéirto policial sobre a morte de Ronei. Nove adultos foram indiciados por um homicídio e três tentativas (contra o pai de Ronei e um casal de amigos) triplamente qualificados e por formação de bando. Na segunda-feira, sete adolescentes serão responsabilizados por atos infracionais correspondentes aos mesmos crimes.
Os espancamentos de abril vieram à tona a partir da repercussão da morte de Ronei. O caso ocorreu durante a realização de uma gincana no município. Cinco agressores já foram identificados e, de acordo com o delegado, quatro deles (três adolescentes e um adulto) participaram também do espancamento de Ronei.
- Foram agredidos da mesma forma, com socos, chutes e garrafadas. Um deles chegou a cair no meio dos agressores e, possivelmente, só não morreu porque foi ajudado e retirado dali - relatou.
Crime ocorreu em frente ao Clube Tiradentes
Foto: Diego Vara
Ainda conforme o delegado, é provável que os dois tenham sido agredidos por não serem de Charqueadas. O mesmo motivo provocou a morte de Ronei. Essa foi uma das qualificadoras do homicídio e das três tentativas descritas no inquérito sobre a morte do jovem de Charqueadas.
- O Ronei foi morto por estar ajudando um morador de São Jerônimo, que era o alvo principal das agressões - explicou.
As outras duas qualificadoras foram emprego de meio cruel (várias garrafadas) e que impossibilitaram a defesa e a fuga das vítimas (17 jovens agredindo quatro pessoas).
Os nove maiores de 18 anos, com prisão provisória, estão no Presídio Central. O delegado solicitou à Justiça a conversão das prisões para preventivas. Os sete adolescentes estão com internação provisória na Fase.
Caso provocou manifestações na cidade
Foto: Maria Eduarda Fortuna / Rádio Gaúcha