Artilharia pesada
Apreensão de fuzis no Estado cresce 140% na comparação com 2015
Em quatro meses, já foram recolhidas 24 armas deste tipo no Estado, enquanto que, em 2015, no mesmo período, foram dez.
Nos quatro primeiros meses deste ano, a Polícia Civil apreendeu 24 fuzis no Estado. O número representa um aumento de 140% em relação às apreensões de igual período do ano passado e 53% do total recolhido em todo 2015, quando um recorde foi batido: 45 fuzis.
O dado foi divulgado pelo chefe de polícia, delegado Emerson Wendt, no balanço das ações realizadas pela instituição no primeiro quadrimestre de 2016.
O número de apreensões realizadas de janeiro a abril de 2016 fica ainda mais expressivo se comparado aos de 2014, quando foram recolhidas nove dessas armas no primeiro quadrimestre.
Para o chefe de polícia, o dado demonstra o trabalho que vem sendo realizado, principalmente pelo setor de inteligência.
– O número de apreensões comprova a qualidade da investigação. Vamos cada vez mais fortalecer o trabalho de inteligência – disse.
Por outro lado, Wendt admite que o alto número de apreensões, confirma também a entrada de um grande número de armas de uso restrito no território gaúcho.
– É um problema que precisa ser combatido, principalmente nas fronteiras. É necessário, se não estancar por completo, ao menos fazer o monitoramento.
Contrabando
Para o delegado, por causa da sua localização, o Rio Grande do Sul é considerado um ponto estratégico por contrabandistas de armas.
– O Estado, às vezes, não está sendo só destino, mas também meio de passagem para armamento contrabandeado de países vizinhos. Também por isso, é preciso fortalecer a inteligência – reforça.
Uma parte significativa dos fuzis apreendidos este ano pela Polícia Civil estava em poder de grupos ligados ao tráfico de drogas, de acordo com o diretor de investigações do Denarc, delegado Mário Souza.
– Neste ano, já houve 11 apreensões pelo Denarc – ressalta.
Viatura da Brigada Militar levou uma rajada
O número de fuzis no Estado preocupa quem lida diariamente com a violência.
– Eu estou preocupadíssima com a entrada de armas deste calibre. Tem muitos fuzis nas mãos de criminosos e isso faz com que cresça o número de homicídios – avalia a promotora de justiça Lúcia Helena Callegari.
O juiz da Vara de Execuções Criminais Sidinei Brzuska também demonstra preocupação, principalmente com o que vem pela frente.
– Embora tenhamos a apreensão de muitos fuzis, ainda ocorrem poucos disparos contra policiais e pessoas não envolvidas no crime. Mas não quer dizer que, daqui a pouco, isso não possa ser usado contra a população – alerta.
Recolhimentos entre janeiro e abril
2016: 24
2015: 10
2014: 9
2013: 12
No ano inteiro
2016*: 24
2015: 45
2014: 26
2013: 37
*Até abril
Fonte: Polícia Civil