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Segunda em uma semana

Chacina em Eldorado: ninguém respondeu e eles mataram todos

Cinco homens foram assassinados a queima roupa e um sexto foi baleado na madrugada desta segunda-feira

07/06/2016 - 08h00min

Atualizada em: 07/06/2016 - 09h55min


Schirlei Alves
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Chacina aconteceu na esquina de um bar em Eldorado do Sul às 4h da manhã

Eldorado do Sul, com pouco mais de 30 mil habitantes, na Região Metropolitana de Porto Alegre, despertou nesta segunda-feira com a notícia de uma chacina que vitimou cinco homens. Moradores da Avenida A, Bairro Cidade Verde, chegaram a acordar com os mais de 30 tiros de pistola 9mm e de espingarda calibre 12, disparados na esquina de um bar, às 4h. Esta foi a segunda chacina em uma semana. Cinco pessoas de uma mesma família foram assassinadas na última quinta-feira, em Porto Alegre.

Dan Menahen da Silveira Votnamis, de15 anos, Maurício de Sousa, 25, Gérson Darif dos Santos, 27, Wagner Carvalho da Silva, 32, e Dênis Fabiano Rodrigues Xavier, 32, morreram na hora. Jeferson da Silva Alves, 23, foi o único sobrevivente.

– Os tiros faziam eco dentro de casa, parecia uma guerra civil. Acho que o rapaz que sobreviveu se fingiu de morto até eles irem embora, depois ele levantou e veio na minha direção gritando: "Socorro moça, me ajuda, chama a polícia". Ele estava sangrando na cabeça – contou uma moradora

Um baile ocorria em outro estabelecimento em frente ao local. De acordo com depoimentos colhidos pela delegada Patrícia Sanchotene, três homens chegaram na roda dos seis rapazes e perguntaram por “Balú” – apelido de Gérson. Como ninguém respondeu, todos foram colocados contra a parede e executados à queima-roupa. É possível que pelo menos três tenham morrido por estarem no lugar errado, na hora errada.

Conforme a polícia, Gérson já havia sido preso por tráfico de drogas e Dênis por roubo. O adolescente assassinado teve uma passagem pela polícia por dirigir sem habilitação. Os outros três não tinham ficha criminal. A família de Gerson não sabe o que motivou o assassinato. Uma irmã relatou que ele usava drogas e costumava passar as noites na rua. Na noite do crime, a mãe dormiu com a bíblia nas mãos enquanto rezava pelo filho.

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A polícia acredita que o tráfico de drogas pode ter motivado a chacina. Há suspeita de que Gérson, o rapaz chamado pelos executores no momento do crime, estivesse envolvido com o tráfico. O trio teria fugido em um Astra.

Segundo a delegada Patrícia Sanchotene, o tráfico tem aumentado desde o ano passado e está pulverizado por várias regiões da cidade, principalmente em locais de invasão de terra. É possível que exista influência do tráfico da Capital e de facções do Presídio Central.

– Aqui o tráfico é muito distribuído. Nós fazemos flagrantes quase todos os dias daqueles que estão vendendo, com aproximadamente 20 pedras de crack ou outras drogas já embaladas para a venda – destacou a delegada.

Com a chacina, o município chegou a 12 assassinatos este ano, quase o mesmo número de mortes de todo o ano de 2015, que registrou 15.

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