Polícia



Violência

"Não imagino o que ele fez para merecer isso", desabafa mãe de jovem esquartejado na Zona Norte

Mãe não se conforma com a crueldade da morte do filho, Sérgio Eraldo Guimarães, 21 anos

05/08/2016 - 14h29min

Atualizada em: 05/08/2016 - 18h45min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho

Até o final da manhã de quinta, a mãe de Sérgio Eraldo Gomes Guimarães, 21 anos, ainda esperava que o filho voltasse para casa. Foi quando um amigo lhe deu a notícia que jamais esperava ouvir. Seu filho havia sido encontrado morto de maneira cruel – decapitado e esquartejado – no Bairro Mario Quintana, horas antes. Agora, depois de já ter sepultado o segundo filho perdido para a violência em dez anos, ela ainda não se conforma.

– Meu filho nunca fez mal para ninguém, não matava uma pulga. E se ele devia alguma coisa, será que um tiro não resolveria? O que fizeram com meu filho não tem explicação. E eu não imagino o que ele fez para merecer isso – lamenta a mãe, de 51 anos.

Sérgio Eraldo tinha transtornos mentais. Já havia sido internado seis vezes em surto. No último ano, porém, a situação estava controlada. O rapaz estudava Logística no Senai e trabalhava como jovem aprendiz no setor de recursos humanos da Vonpar. Há uma semana, no entanto, ele não aparecia no trabalho.

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Há dez anos, ela já viveu a dor de perder um filho de forma violenta. Emanuel Leonardo foi morto a tiros na esquina de casa, também aos 21 anos. Era o mais velho dos seus cinco filhos. Sérgio Eraldo era o quarto filho. Emanuel, segundo a mãe, era usuário de drogas.

Agora, a suspeita da mãe é de que Sérgio Eraldo jamais tenha sido o alvo dos criminosos. Mas uma lágrima tatuada no rosto dele uma semana atrás, acredita ela, pode ter sido o motivo para ter sido escolhido para a morte. Imagens coletadas pela polícia mostram que o rosto de Sérgio Eraldo foi rasgado justamente onde havia a tatuagem.

– A gente ouve falar que isso é coisa de facção, mas ele nunca teve envolvimento com isso, só que sempre gostou dessas coisas de tatuagens. Era a quinta que ele fazia – conta.

A última vez que ela viu o filho foi na tarde de quarta, quando ele saiu com a namorada, de 22 anos, para olhar uma casa que alugariam. Naquela noite, a mãe ainda trocou duas mensagens pelo WhatsApp com o filho.

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Conforme alguns amigos da família, Sérgio Eraldo ainda teria jantado com a namorada antes de supostamente sair e não retornar.

O caso é apurado pela 5ª DHPP, mas, em virtude dos protestos contra o parcelamento dos salários, nenhum detalhe sobre a investigação é divulgado.

O MAPA DOS HOMICÍDIOS:

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