Sonho de grande parte das mulheres, engravidar requer uma série de cuidados com a saúde. Manter uma dieta saudável - evitando excesso de doces e carboidratos - e praticar atividade física são alguns deles. Foi para realizar este desejo que uma publicitária de 34 anos resolveu encarar uma mudança radical nos hábitos alimentares e deixar para trás 47 dos 116 quilos.

Porto-alegrense, Cintia Bonatto Tyska Schölzel foi para São Paulo logo após nascer e morou a vida toda na capital paulista. Na escola, sempre foi a última da fila em função do seu 1m76cm. Nesta época, Cintia nunca teve grandes brigas com a balança:

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- Nunca fui magrela, mas também não era obesa.

Foi aos 18 anos que os problemas com o peso começaram a perturbá-la. Depois de conhecer o seu atual marido, a rotina de festas e saídas esbarrou no conforto do sofá da sala. Tudo isso regado a pizzas e outras comidas gordurosas. A gota d'água foi após o casamento, quando o marido foi transferido para Porto Alegre e Cintia se viu sozinha e desmotivada:

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- Chegava em casa e só comia, não tinha motivação. Entrei em quadro depressivo.

Com a rotina alimentar desregrada, recheada de carboidratos e frituras dos restaurantes a quilo próximos do escritório, Cintia atingiu os 116 quilos:

- Morria de medo da balança. Quando achava uma calça comprava a preta e a azul marinho porque ficava bem. Só frequentava lojas de departamento para não passar pela vergonha das vendedoras perguntarem meu manequim.

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Neste período, as tentativas para emagrecer não foram poucas: desde dietas de revista até consumo de medicamentos indicados por um endocrinologista:

- Emagreci 17 quilos com os remédios, mas depois engordei 30. Fora os efeitos colaterais.

A virada de mesa começou em setembro de 2012, quando decidiu que iria perder peso para realizar o grande sonho do casal de ter um filho. As experiências anteriores fizeram ela buscar uma nova forma para atingir a sua meta. A solução veio no formato de um site, que lhe permitia calcular a quantidade de alimentos que deveria consumir por dia, criar suas própria refeições com base nos dados repassados pelo serviço, além de trocar informações com outras pessoas que estavam passando pelo mesmo processo.

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- Olhava os menus enviados para me basear e anotava tudo o que comia. À noite, eu passava as informações para o site - relembra.

No cardápio, saíram os refinados e frituras e entraram produtos integrais, frutas, legumes, verduras e carnes brancas. A rotina também ganhou caminhadas e corridas ao ar livre. Em 10 meses, Cintia atingiu sua meta: perdeu 47 quilos e estava pronta para engravidar.

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De acordo com o coordenador do departamento de obsterícia do Hospital São Lucas da PUCRS, João Steibel, os principais riscos de uma gravidez em mulheres obesas são o aumento da hipertensão e de desenvolver diabetes:

- Ela também pode não conseguir engravidar.Tanto as magérrimas quanto as obesas têm problemas de fertilidade, pois há falha no funcionamento dos ovários.

Outro problema apontado pelo especialista é o risco durante o parto. Obesas devem optar pelo parto normal porque a cesárea aumenta as chances de infecção e sangramento. Para o médico, o mais indicado é que a mulher que deseja engravidar esteja com um peso normal:

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- O peso adequado é os centímetros da altura. Se ela tem 1m70cm, ela deve pesar 70 quilos, por exemplo.

E foi assim que, em dezembro de 2014, Cintia deu à luz um menino. Dos 23 quilos adquiridos na gestação, 16 já foram eliminados, mas Cintia nem se preocupa com o peso extra:

- Estou vivendo para ele, mas ano que vem eu vou voltar com tudo!

Mesmo com a reeducação alimentar, a mamãe garante que o primeiro ano do filho terá uma festa tradicional: com direito a decoração do Grêmio, docinhos e cachorro-quente.