Nesta segunda-feira, contamos a história de Betina Motta Lopes, oito anos, que, há quase um ano, coleta lacres de latinhas de refrigerante, suco ou cerveja para trocá-los por cadeiras de rodas e ajudar um lar de idosos em Porto Alegre.

Pois a ação da menina comoveu leitores e gerou solidariedade: na página do Facebook de ZH, a matéria teve mais de 9 mil curtidas e cerca de 1,2 mil compartilhamentos. De um dia para o outro, Betina angariou apoiadores e viu seu montante - impressionantes cem garrafas PET preenchidas com pelo menos 2 mil lacres - aumentar em 57kg. 

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Ao todo, a menina arrecadou 142kg de lacres de latinhas e conseguiu revertê-los não apenas em uma, mas em duas cadeiras de rodas. A troca foi feita nesta terça-feira na Maquimotor, empresa parceira do Rotary Club de Porto Alegre Lindóia - Passo D'Areia - entidade que promove a ação há cerca de dois anos.

- Uma senhora saiu de Viamão para doar lacres. Ela entrou em contato depois de ver a matéria. Tem outra, que mora em Esteio, que também quer doar - relata a mãe da menina, Ana Cristina Motta. Ela conta que a ação ganhou a simpatia de amigos, familiares, colegas de aula e desconhecidos, que a todo momento entram em contato para ajudar.

Cada quilo de lacres de alumínio é vendido pela Maquimotor a uma metalúrgica a R$ 3,30. São necessários 90 quilos (o equivalente ao conteúdo de 140 garrafas plásticas de dois litros bem cheias) para obter R$ 297, valor de uma cadeira de rodas acrescido do frete. Betina ainda precisa entregar 38kg de lacres à empresa para completar os 180kg correspondentes a duas cadeiras.

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Nesta quinta-feira, o Lar Dom Guanella, no bairro Protásio Alves, enfim receberá o fruto do esforço da menina. Ela doará as duas cadeiras de rodas aos idosos e participará de uma contação de histórias junto a alunos da Escola Municipal Professora Ana Iris do Amaral, instituição onde a mãe leciona.

E se engana quem pensa que a menina deu-se por satisfeita. A coleta de lacres de latinha continua. Betina não pretende parar tão cedo a ação em prol dos vovôs e vovós do Lar Dom Guanella - ainda mais agora, com ajuda vinda de todos os lados.

- A ideia, agora, é completar os lacres do asilo. Eles têm 80 garrafas estocadas -afirma Ana Cristina.