Vida e Estilo



Educação

"Não vai haver repressão, vai haver diálogo", diz Vieira da Cunha sobre ocupações em escolas públicas

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o secretário de Educação afirmou que, pelo menos até o próximo dia 2, quando o PDT deve definir quem será o candidato à prefeitura da Capital, permanecerá no cargo

24/05/2016 - 09h28min

Atualizada em: 24/05/2016 - 10h03min


Desde segunda-feira de volta à secretária de Educação, após um período em férias que coincidiu com o início das ocupações dos estudantes nas escolas públicas do Rio Grande do Sul e da greve dos professores da rede estadual, Vieira da Cunha garantiu, em entrevista à Rádio Gaúcha, que as manifestações dos alunos não serão tratadas como casos de polícia.

– Os alunos são pouco ouvidos, têm pouca voz. Eles são os verdadeiros donos das escolas, queremos dialogar e conversar. Eles têm de participar mais das definições das políticas públicas e das decisões sobre as prioridades de investimento. Eu quero abrir a secretaria e também ir ao encontro deles para que eles possam participar mais da gestão. Assim é que vamos distensionar o ambiente – disse.

Leia também:
Reunião entre Cpers e governo tem confusão e termina sem avanços
"Não temos condição nenhuma", diz secretário sobre reajuste
Começa a greve dos professores da rede estadual

Vieira disse que há um componente político nas ocupações, mas afirmou que algumas reivindicações dos alunos são legítimas.

O secretário afirmou que reassumiu o cargo nesta segunda-feira, após período de férias, e já se reuniu com o Cpers para tratar da pauta que determinou a paralisação dos professores estaduais.

– Sabemos que o padrão salarial da categoria está aquém, mas nesse momento não há condições de o governo fazer qualquer proposta de reajuste. Não conseguimos sequer pagar em dia. Sobre as outras reivindicações, me comprometi a responder uma a uma – explicou.

Além da reivindicação de reajuste de 13,1% nos vencimentos, a categoria encaminhou à Educação o fim do parcelamento dos salários, cumprimento da lei do piso – que hoje estaria 69,44% defasado, de acordo com o sindicato –, IPE com pleno atendimento e sem aumento de descontos, o fim do fechamento de turmas e escolas e a disponibilidade de merenda para todos os alunos.

Uma nova reunião foi marcada para 31 de maio. Durante a entrevista, o secretário afirmou que espera que o comando de greve marque uma assembleia para propor o fim da paralisação logo após o próximo encontro. Na semana passada, o comando de greve foi recebido pelo Secretaria Estadual de Educação (Seduc), secretário da Casa Civil, Márcio Biolchi, e pelo secretário interino da Educação, Luis Antônio Alcoba de Freitas, mas o encontro foi marcado por confusão e terminou sem avanços.

Questionado sobre o "boato" acerca de seu afastamento da pasta e da possível candidatura à prefeitura da Capital, ele explicou que, de fato, chegou a pedir demissão ao governador José Ivo Sartori, mas que a solicitação foi negada. Como contraproposta, o governador teria aprovado a ampliação o número de vagas em escolas de turno integral – de 9,9 mil para 24,5 mil.

– Até o dia 30, o partido deve tomar uma decisão sobre quem será o candidato a prefeito. Não há uma decisão pessoal tomada neste sentido. Em uma semana poderei responder (se fica na secretaria de Educação) – afirmou.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias