A violência contra os motoristas de Uber tomou proporções tão grandes que um comerciante de São Paulo resolveu criar adesivos para carros com a frase "não sou Uber" e comercializar em um site de vendas on-line. O objetivo, segundo o empresário Rodrigo Laxy, 38 anos, é diferenciar os carros de passeio daqueles utilizado pelo serviço de transporte.

Rodrigo que há três anos tem uma empresa de comunicação visual em São Paulo conta que a ideia surgiu após uma série de episódios de agressões a pessoas que foram confundidas com motoristas de Uber por estarem em carros do modelo Sedan e da cor preta – características exigidas pela empresa. Entre um dos casos envolvendo a violência, um deles chamou a atenção do empresário e o motivou a criar o produto. Um dos fornecedores relatou ter sido agredido verbalmente por taxistas na Marginal Tietê em São Paulo.

– No mesmo dia, meu sogro que possui dois carros sedans pretos contou que estava com medo de circular com os carros pois havia visto uma reportagem onde taxistas haviam agredido um enfermeiro pois achavam que ele era Uber. Na mesma hora veio na minha cabeça criar um adesivo para meu sogro. Também resolvi colocar à venda, pois acho que é uma forma das pessoas de tentarem se proteger das agressões – conta ele.

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Desde que fez o primeiro anúncio, no início de maio, Rodrigo já vendeu cerca de 350 unidades do produto. De acordo com ele, as encomendas são de várias partes do Brasil, com destaque para Rio de Janeiro, São Paulo e até Porto Alegre. Para ele, o sentimento de insegurança é o principal motivo da procura.

– As pessoas estão preocupadas pois os taxistas estão agredindo qualquer veículo – justifica.

Os adesivos, vendidos a R$ 19,90 a unidade mais o valor do frete, possuem quatro modelos que combinam as cores preto, branco, vermelho e amarelo com a frase "não sou Uber" em letras garrafais em preto. O cliente também pode adicionar frases personalizadas embaixo como "só pego táxi", "apenas gosto de carro preto".

Ele conta que os primeiros adesivos foram produzidos apenas a primeira frase "não sou uber" com variância de cores. No entanto, depois de alguns pedidos, os próprios clientes pediram para que fossem adicionadas as informações complementares. A ideia fez tanto sucesso que, depois do primeiro anúncio, outros vendedores também aderiram a ideia:

– Após criar o anúncio do adesivo, outras pessoas decidiram fazer o mesmo. Dois vendedores copiaram inclusive a mesma letra. Mas eu fui o primeiro – garante o empresário.

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