Solidariedade
"Loja" de roupas a céu aberto doa agasalhos para moradores de rua
Ação foi promovida por grupo jovem do Rotary ao longo do domingo na Redenção
Quem caminhava pela Redenção no domingo, na José Bonifácio próximo à cancha de bocha, deve ter visto a cena: moradores de rua enfrentavam uma fila, entravam em uma loja a céu aberto e eram atendidos por jovens vendedores que se esforçavam em oferecer os melhores agasalhos, calçados e acessórios disponíveis. O preço não era alto - apenas um sorriso.
A StreetStore, projeto de doação de roupas para moradores de rua que nasceu na África do Sul, teve a sua terceira edição em Porto Alegre neste domingo. Das 14h às 18h, cerca de 3 mil peças, reunidas no último mês, foram entregues a aproximadamente 400 moradores de rua. Cada indivíduo podia levar 12 peças, de camisas sociais listradas a grossos casacos de lã, de cintos de couro a botas para o frio.
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O grupo responsável por organizar o projeto na Redenção foi o Rotaract, braço jovem do Rotary International que reúne pessoas de 15 a 30 anos para desenvolver propostas de liderança e desenvolvimento pessoal. Mas a StreetStore pode ser replicada por qualquer um, basta contatar os fundadores do projeto e pedir autorização, ressalta Rubem Kloss, organizador do evento.
– Nós queremos humanizar a doação e saber para quem ela é feita. Não é só entregar uma sacola de roupas. Os atendentes, que são os voluntários, fazem como em uma loja e procuram as melhores peças para os interessados. Aqui, os moradores têm a oportunidade de escolha - diz Kloss.
De fato, eles tinham total liberdade para provar sapatos, selecionar camisetas e testar o tamanho das roupas. Os cerca de 40 voluntários se ajoelhavam para alcançar os calçados, oferecer o melhor moletom e conduzir os moradores de rua às araras com produtos procurados.
Michael Saraiva Barcelos tomou conhecimento da ação no albergue onde dorme e chegou às 10h na Redenção - cedo o bastante para ajudar os voluntários a descarregar as doações dos carros. Após fazer suas “compras”, ele saiu feliz da loja a céu aberto.
– Isso é ótimo para quem está em situação de rua. Com o frio é pior, a gente passa trabalho. Ninguém vive na rua porque quer – afirma.
Luiz Carlos Pereira de Oliveira estava bem faceiro com o grosso casaco verde e as três camisas que adquiriu.
– É uma atitude muito bonita ajudar quem precisa. Tomara que isso se expanda cada vez mais – diz.
As doações que sobrarem vão ser redistribuídas para associações que trabalhem com moradores de rua.