Risco na praia
Mães-d'água levam perigo à beira do mar
Presença dos animais na areia e nas águas do Litoral Norte virou assunto entre os banhistas
O banho de mar, que deveria ser um momento revigorante do veraneio, está se tornando motivo de receio para quem frequenta o Litoral Norte. A quantidade de águas-vivas, também chamadas de mães-d'água ou medusas, nas praias gaúchas tem colocado os banhistas em alerta: muitos não escaparam de sentir a fisgada que, ao provocar ardência, interrompe qualquer diversão.
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Não se fala em outra coisa na beira-mar. Salva-vidas estimam que seis entre 10 crianças que brincam na água tenham sido atingidas pelas medusas nos últimos dias. A espécie vilã do veraneio, de acordo com a especialista em Oceanografia Biológica Anette Duarte, possivelmente seja a Chrysaora lactea, comum na costa brasileira. É mais encontrada no Sudeste, mas, com as correntes marítimas chegam ao Sul.
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Pequenas, passam despercebidas até que os filamentos - fininhos e tóxicos - risquem os banhistas, gerando até bolhas.
- Um dos hábitos dessa espécie é circular em grupo, causando lesões ora leves, ora médias - explica a professora da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
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É um ano atípico, de acordo com o bombeiro da Operação Golfinho Giorgio Camargo. Em janeiro de 2014, por exemplo, só houve casos esporádicos de queimaduras. Mas Anette garante que é um fenômeno normal nesta época. Quando os veranistas celebram a temperatura amena do mar, as águas-vivas encontram as condições perfeitas para se alimentar e se reproduzir.
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Há uma semana em Capão da Canoa, não teve sequer um dia em que o empresário Sérgio Galbinski, 49 anos, não sentisse um "beliscãozinho" durante o mergulho. Quando a filha Bárbara, 10 anos, reclamou da queimadura nas pernas, ele imergiu a mão para tocá-la e também acabou ferido.
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- Não imaginava que era algo tão forte. Em anos de veraneio, jamais tinha visto as mães-d'água se tornarem assunto - conta ele, que teve dificuldades de encontrar pasta d'água nas farmácias, tamanha a procura.
Se você se queimar
NÃO PODE
- Lavar com água corrente. A água doce faz com que o veneno se espalhe na pele. Lave com água do mar.
- Tirar os filamentos grudados na pele com a mão. Você corre o risco de se queimar ainda mais. Use pinça.
- Coçar. Passar areia então, nem pensar. São duas formas de espalhar os filamentos da mãe-d'água pela pele, aumentando a área da lesão.
- Pegar o animal da areia. As medusas podem estar vivas, mesmo que encalhadas na orla, e as células venenosas delas podem demorar
horas para morrer.
PODE
- Passar vinagre na lesão. A composição do produto neutraliza a toxina.
- Fazer compressas de gelo. Embora água doce não seja recomendada, água em forma de gelo costuma aliviar a sensação de queimadura.
- Usar pasta d'água. A loção, encontrada nas farmácias, alivia a ardência na pele.
- Urinar na própria lesão. O xixi contém substâncias que amenizam o veneno, mas também podem ter microrganismos que contaminam a lesão. Embora popular, é uma medida que caiu em desuso.