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Trecho da Interpraias entre Quintão e Balneário Pinhal é tormento para motoristas 

Crateras engoliram o que restou de asfalto no trecho que liga as duas cidades, no Litoral Norte

18/01/2017 - 07h00min

Atualizada em: 18/01/2017 - 15h51min


Aline Custódio
Aline Custódio
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Próximo à Avenida das Flores, em Pinhal, cratera quase engole os veículos

A Estrada do Inferno, como já foi conhecida a BR-101 entre Capivari do Sul e São José do Norte por conta das dificuldades de trânsito, ganhou uma filial quilômetros mais adiante ou perdeu o posto para os 17km da ERS-786, conhecida como Interpraias, entre Balneário Pinhal e Quintão, no Litoral Norte. Constante desafeto dos mais de dez mil motoristas que cruzam a região diariamente na temporada de Verão, a rodovia é uma colcha formada por panelões do comprimento de um ônibus e trechos que mais parecem a cratera da lua. A reportagem percorreu a região e apontou os quatro pontos mais problemáticos, que chegam a levar motorista ao choro desesperado.
– Isso aqui é uma terra sem dono, só trator para passar nesta estrada. É o inferno na terra – esbravejava a aposentada Líria de Paula, 68 anos, na semana passada.

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Moradora de Porto Alegre, Líria decidiu passar uma temporada na casa da família, em Rei do Peixe, balneário de Quintão, na semana passada. Depois de um ano sem ir à região, ela foi surpreendida pelo estado ruim da estrada. O susto foi ainda maior porque era a primeira vez que ela usava o carro novo, um Citroen C3, comprado para curtir as férias. Numa parte da via, entre a Avenida Brasil e a Rua Tipiu, em Magistério, Líria chegou a andar pelo acostamento quase inexistente. Depois, parou o veículo e colocou as mãos na cabeça.
– Vou procurar o prefeito! Vou gritar e dizer que isso não pode ocorrer – disse Líria, mesmo sabendo que a responsabilidade é do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer).

Histórico
Principal via de ligação entre Quintão, Magistério e Balneário Pinhal, a ERS-786 tem sido uma constante dor de cabeça para veranistas e moradores. O único ponto transitável da estrada são os 2,5km até a entrada de Quintão – final da rodovia. Ali, não há buracos e a pista está sinalizada e iluminada. Porém, o cenário quase cinematográfico desaparece logo à frente, na entrada de Magistério.

Em fevereiro do ano passado, a reportagem do Diário Gaúcho encontrou um cemitério de placas de carros que eram arracandas dos veículos durante a passagem pelos buracos num ponto da Avenida Mostardeiro (como é identificada dentro da área urbana), em Cidreira. Em setembro de 2015, em outra reportagem do DG, chegou-se a contar, por exemplo, 22 buracos em menos de 30m no Km 46, no Balneário Ildo Meneghetti, em Cidreira. Uma das crateras tinha o comprimento de um Chevette.

Em Magistério, veículos são desafiados a cada novo trecho

Manobras
Desta vez, os pontos mais problemáticos se espalham entre Pinhal e Magistério, em áreas que desafiam motoristas e pedestres, como nos cerca de 100 metros entre a Avenida Brasil e a Rua Tipiu, em Pinhal Sul, onde os veículos se jogam na contra-mão e no acostamento para evitar as crateras. O mesmo ocorre nos cerca de 200m, entre as ruas Rolante e Santa Rosa, em Magistério. A reportagem contou mais de 50 manobras irregulares e arriscadas (desvios pelo acostamento e pela contra-mão) em menos de 15 minutos no trecho.

Morador do Balneário Costa do Sol, em Cidreira, o comerciante Marcelo dos Reis de Lemos, 46 anos, cruza diariamente a Interpraias rumo a Quintão e, mesmo experiente da rodovia, já perdeu a conta das vezes que precisou consertar a suspensão do carro.
– Quando chove, não há como identificar onde estão os buracos. Vira um salve-se quem puder. É a verdadeira estrada do inferno – resume.

Operação Verão
Segundo a assessoria de imprensa do Daer, em dezembro do ano passado o Departamento iniciou a Operação Verão na região para recuperar os 45km da rodovia entre Tramandaí e Quintão. No momento, afirma a assessoria de imprensa do órgão, as equipes estão trabalhando na divisa entre Cidreira e Balneário Pinhal no recapeamento e recuperação da via. O problema, porém, é que não há uma previsão do andamento dos serviços, pois o Daer afirma que depende de boas condições climáticas.
Conforme o órgão, "os trabalhos serão realizados em toda a Interpraias, chegando até Quintão. Após a conclusão será realizada a manutenção constante dos trechos".



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