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Filmes históricos sob demanda

Lista: 25 clássicos para ver na Netflix

Crítico de cinema de ZH comenta os filmes; veja trailers

07/04/2015 - 14h55min

Atualizada em: 07/04/2015 - 14h55min


Daniel Feix
Daniel Feix
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Columbia Pictures / Divulgação
Robert De Niro em Taxi Driver

No cardápio da Netflix, há diversos filmes premiados e badalados pela crítica nos anos 2000, de Caché a Sangue Negro, de Oldboy a Carlos. Novos clássicos da década de 1990 também não faltam - tem Fargo, Pulp Fiction, O Profissional...

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O que nem todos sabem, ou não conseguem encontrar no menu do serviço de televisão on demand, é que há diversos clássicos históricos do cinema à disposição do espectador. Confira, abaixo, uma seleção de 25 destaques desse cardápio:

Janela Indiscreta (1954)
Um dos mais icônicos filmes de Alfred Hitchcock, este clássico narra a história de um fotógrafo de licença médica (James Stewart) que passa o tempo em sua casa, em Greenwich Village, Nova York, espionando os vizinhos de binóculos. Até descobrir um crime. Ou não - o mistério faz parte da fruição, marca registrada da obra do mestre do suspense, um dos mais hábeis mestres da linguagem do cinema.

Quanto Mais Quente Melhor (1959)
Este filme do sempre bom Billy Wilder (Pacto de Sangue, Crepúsculo dos Deuses) já foi apontado mais de uma vez a melhor comédia do século 20. Tem um tipo de humor leve e até inocente, se comparado ao que faz sucesso atualmente, mas que mantém sua força mais de 50 anos depois. Narra a história de dois músicos desempregados (Tony Curtis e Jack Lemmon) na Chicago de 1929, que se vestem de mulheres para pegar carona em uma banda de garotas em turnê até Miami. A vocalista é interpretada por uma irresistível Marilyn Monroe, o que dá uma ideia das confusões em que eles vão se meter.

Psicose (1960)
No início, parece que este clássico de Hitchcock é sobre a loira Marion (Janet Leigh). Mas, quando ela se hospeda num motel de estrada, fugindo após ser acusada de roubo, a câmera do grande cineasta se volta para seu perturbado atendente Norman Bates (Anthony Perkins). A forma com que ele trabalha essa ousada construção narrativa, surpreendendo o espectador em sua parte final, é só um dos aspectos notáveis deste filmaço. Vale sempre voltar ao filme - Psicose é muito mais do que a sempre lembrada cena do chuveiro.

Bonequinha de Luxo (1961)
Filme de Blake Edwards que consagrou Audrey Hepburn como um dos tipos femininos mais icônicos do século 20. Ela interpreta uma garota de programa nova-iorquina que está decidida a se casar com um milionário - e adora tomar café da manhã em frente à famosa joalheria Tiffany's, o que inspirou o título original, Breakfest at Tiffany's. O amor, no entanto, vai pregar uma surpresa, por assim dizer, à inocente e ambiciosa garota. Curiosidade: Marilyn Monroe teria desistido de interpretar a personagem acreditando que o papel de uma prostituta poderia ser prejudicial à sua imagem.

Lawrence da Arábia (1962)
Um dos mais aclamados épicos de David Lean, precisa de fôlego para ser visto - são 216 minutos de duração. A trama volta a 1935, quando T.E. Lawrence (Peter O'Toole) morre em um acidente de moto e, em seu funeral, é lembrado de várias formas, algumas honrosas, outras nem tanto. Na verdade, volta mais ainda no tempo, quando por meio de flashbacks descobrimos se tratar de um controverso tenente do exército inglês que viaja ao Oriente Médio durante a I Guerra Mundial e lá desempenha papel importante para a união das tribos árabes contra os turcos.

Cleópatra (1963)
Um dos casais mais badalados da história do cinema, Elizabeth Taylor e Richard Burton começaram seu romance nos bastidores deste filme dirigido por Joseph L. Mankiewicz, o mesmo de A Malvada (1950). Este longo épico sobre a rainha egípcia (tem intermináveis 192 minutos de duração) concorreu a nove Oscar, vencendo quatro estatuetas - todas em categorias técnicas.

Por um Punhado de Dólares (1964)
Filme de Sergio Leone que abre a chamada Trilogia dos Dólares, composta ainda por Por uns Dólares a Mais (1965) e Três Homens em Conflito (1966), que igualmente aparecem com frequência disponíveis na Netflix - este último também conhecido por aqui pelo título original, The Good, The Bad and The Ugly (o filme da canção homônima). Os três são protagonizados por um pistoleiro sem nome, interpretado por Clint Eastwood, que no primeiro longa chega a uma cidade mexicana próxima da fronteira com os EUA e passa a atuar como mercenário. É com frequência apontado como o marco inicial da onda wester-spaghetti.

Era uma Vez no Oeste (1968)
Este ícone do western-spaghetti também assinado por Sergio Leone é um dos longas mais referenciados pelo cinema contemporâneo. O fetiche do Velho Oeste, construído pelo cinema norte-americano nas décadas anteriores, foi plenamente absorvido por Leone e seus parceiros de geração, que repaginaram o faroeste no continente europeu em histórias de assassinatos e ajustes de contas envolvendo grandes personagens como aqueles que Charles Bronson e Claudia Cardinale encarnam com brilhantismo neste filme histórico - o mais popular deste subgênero.

Barbarella (1968)
Curiosa adaptação da obra de Jean-Claude Forest que Roger Vadim dirigiu e que funciona como uma espécie de contraponto leve e menos pretensioso à onda de ficção científica dos anos 1960, quando o futurismo era um dogma dos mais presentes nas reflexões sociais. As cores e toda a visão do ano 40.000 (quando se passa a história da heroína que precisa salvar a Terra do maléfico cientista Duran-Duran, interpretada por Jane Fonda) permanecem divertidas.

Perdidos na Noite (1969)
Este filme histórico superou Z, Ana dos Mil Dias, Butch Cassidy e Alô, Dolly! na corrida pelo Oscar de 1970 - além dos não indicados a melhor longa Bravura Indômita e Sem Destino, entre outros. John Schlesinger dirige a história sobre um caubói texano bonito e inocente (Jon Voight) que tenta ganhar a vida em Nova York prostituindo-se com mulheres - até fazer amizade com um marginal da cidade grande (Dustin Hoffman).

Bravura Indômita (1969)
Esta é a mais célebre adaptação da obra homônima de Charles Portis, que os irmãos Ethan e Joel Coen também se aventuraram a adaptar em 2010 - e que concorreu ao Oscar, lembra? Vale voltar a este clássico para rever a consagrada performance de John Wayne, que garantiu a única estatueta ao ator de grandes westerns de John Ford e Howard Hawks. Ele interpreta um xerife caolho e beberrão que é contratado por uma garota (Kim Darby) para capturar o assassino de seu pai.

O Poderoso Chefão (1972)
Um dos maiores filmes da história, este longa de Francis Ford Coppola ganhou novo brilho após a restauração - a fotografia de Gordon Willis, com seus dourados em destaque na paleta sépia, é brilhante, como de resto todo o filme, o maior já feito sobre o universo da máfia. A Netflix também disponibiliza suas duas sequências, o espetacular segundo filme da franquia, de 1974, e o controverso O Poderoso Chefão 3 (1990).

O Jovem Frankenstein (1974)
Aqui a oportunidade para conhecer o trabalho de Mel Brooks, em um de seus filmes mais aclamados pela crítica norte-americana. O diretor e roteirista de Primavera para Hitler (1967) aqui se juntou a Gene Wilder para reescrever a história de Victor Frankestein - pelo viés cômico, como é de seu feitio. Wilder, que assina o roteiro em colaboração com Brooks, é o intérprete do protagonista.

A História de Adèle H. (1975)
Este drama histórico intimista de François Truffaut é inspirado em uma história de desilusão amorosa que se transforma em loucura - da filha do escritor Victor Hugo (1802 - 1885), abandonada por um tenente que cruza o oceano em missão militar e a esquece com o tempo. Foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e conta com grande atuação de Isabelle Adjani. Vale a sessão.

Um Estranho no Ninho (1975)
Filmaço de Milos Forman, vencedor de seis Oscar, entre eles melhor longa, direção, ator e atriz (para Jack Nicholson e Louise Fletcher). A história é a de um prisioneiro que simula estar insano para não trabalhar e vai para uma instituição para doentes mentais. Lá, estimula os internos a se revoltarem contra as rígidas normas impostas pela enfermeira-chefe - mas irá pagar um preço alto por desafiá-la. Baseado em uma história real, que inspirou o livro de denúncia antimanicomial de Ken Kesey, Um Estranho no Ninho tem uma das maiores atuações da carreira de Nicholson, que chegou a se internar em uma instituição psiquiátrica para se preparar para o papel.

Taxi Driver (1976)
O melhor nesta obra-prima de Martin Scorsese é constatar a maneira como a violência surge na história de um taxista que dirige por Nova York logo após a Guerra do Vietnã. O personagem de Robert De Niro é um veterano combatente que demonstra falta de sociabilidade. E, além disso, um desejo de limpar a cidade degradada. Jodie Foster (como uma prostituta adolescente) e Cybill Shepherd (assessora de um político conservador) interpretam as personagens com quem ele consegue estabelecer algum tipo de relação.

Carrie - A Estranha (1976)
Refilmado em 2013 - sem as qualidades do original -, Carrie é um fenômeno da cultura pop sobre uma jovem vítima de bullying (Sissy Spacek) que usa seus poderes paranormais para se vingar das crueldades que a submeteram, especialmente uma em um típico baile de colegiais norte-americanos. Quando assinou este filme, Brian De Palma já era um grande diretor, mas não estava perto da consagração que obteria nos anos seguintes - ainda teria de superar as acusações de que "imitava" Hitchcock para tanto, vale lembrar.

Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu! (1980)
Este filme de Jim Abrahams e David Zucker fez grande sucesso na década de 1980. Trata-se de uma comédia sobre um ex-piloto de guerra neurótico forçado a assumir o comando de um voo comercial quando, como diz o título, o títular da função sofre um problema de saúde. Algumas piadas são ótimas, e o mega-astro do Los Angeles Lakers Kareem Abdul-Jabbar é uma atração à parte no elenco, encabeçado por Robert Hays, Julie Hagerty e Leslie Nielsen.

Monthy Python e o Sentido da Vida (1983)
O mais "existencialista" dos filmes do humorístico britânico, concluído com o grupo já em meio ao processo de separação. Algumas sequências são inesquecíveis - o prólogo com a revolta dos velhos trabalhadores no "mar de concreto" da urbe, por exemplo. Dirigido por Terry Jones e Terry Gilliam, ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes.

Eddie Murphy: Delirious (1983)
Esta produção pouco conhecida no Brasil é, na verdade, o registro de um show histórico de stand-up que consagrou Eddie Murphy como um dos maiores comediantes do formato. Foi a época em que ele surgiu como um verdadeiro fenômeno da cultura pop nos EUA, integrando o elenco do Saturday Night Live e protagonizando longas como Trocando as Bolas (1983) e Um Tira da Pesada (1984).

1984 (1984)
Esta ficção científica de Michael Radford é, provavelmente, a mais famosa adaptação da obra de George Orwell - embora talvez não tenha a força do filme homônimo assinado por Michael Anderson em 1956. De qualquer forma, tem uma ambientação e uma mise en scène impressionante e ótima atuação de John Hurt, como o sujeito que ousa desafiar o Grande Irmão apaixonando-se por uma mulher (Suzanna Hamilton). Richard Burton ainda está no elenco.

De Volta para o Futuro (1985)
É apenas na parte 2 (lançada em 1989) que o personagem de Michael J. Fox viaja a 2015, algo lembrado reiteradamente desde o início do ano - por motivos bastante óbvios. No primeiro filme desta franquia muito popular dirigida por Robert Zemeckis na década de 1980, o garoto aciona acidentalmente uma máquina do tempo construída por um cientista (Christopher Lloyd) e retorna aos anos 1950. Lá, conhece a sua mãe (Lea Thompson), antes ainda do casamento com seu pai. O grande problema: ela fica apaixonada por ele, o que põe em risco a relação entre seus pais e, consequentemente, a sua própria existência.

Os Goonies (1985)
Clássica aventura juvenil dos anos 1980, dirigida por Richard Donner e estrelada por Sean Astin, Josh Brolin e Corey Feldman. A história é a de uma turma de amigos que vive uma grande jornada em busca de um tesouro pirata escondido em uma caverna. Recentemente, Donner falou em dirigir uma sequência, inclusive contando com a participação dos atores originais, agora bem crescidinhos - seria uma forma de se livrar da ideia de fazer um remake, tão em voga na Hollywood atual.

Mississippi em Chamas (1988)
Este filme de Alan Parker, que se passa em 1964, é um dos mais conhecidos a retratar a época de efervescência da luta pelos direitos civis, que se espalhou à época pelos EUA. Willem Dafoe e Gene Hackman (premiado no Festival de Berlim pelo papel) interpretam dois agentes do FBI que investigam a morte de três militantes em uma pequena cidade do Estado citado no título, marcada pela segregação e pela opressão dos negros por parte dos brancos. Mississippi em Chamas ganhou o Oscar e o Bafta de melhor fotografia.

Cães de Aluguel (1992)
Para terminar, um clássico contemporâneo - o filme que apresentou ao mundo o estilo de Quentin Tarantino. O então jovem diretor narra, com muito humor negro e violência gráfica, a reunião de seis criminosos para um golpe - que dá errado. Tim Roth, Lawrence Tierney, Steve Buscemi, Michael Madsen e o hypado Harvey Keitel (que no mesmo ano protagonizara o espetacular Vício Frenético) integram a hilária gangue, que ao longo da trama se debate para descobrir o que não funcionou na operação. Para algumas sequências (a da mutilação da orelha, por exemplo), é preciso estômago. Mas o filme vale a pena.


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