Sucesso das seis
O que "Sete Vidas" ensina a "Babilônia"
Novela de Lícia Manzo dá lições que poderiam ser explorada na trama das nove da RBS TV
Texto sutil da novela das seis, Sete Vidas, não levanta bandeiras, mas consegue abordar assuntos delicados sem provocar polêmica como a trama das nove, Babilônia. Alguns especialistas em comunicação apresentam elementos da obra de Lícia Manzo que poderiam fazer o folhetim de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga conseguir sucesso.
Estilo de texto
Em meio a polêmicas, a novela das nove passou por mudanças para tentar alavancar a audiência, que estava em queda. Especialistas em comunicação acreditam que o estilo mais explícito da trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga é propenso a criar conflitos. Enquanto Lícia Manzo apresenta um texto sutil com abordagem verossímil, os autores de Babilônia criam cenas fortes e apostam no antagonismo entre vilãs e mocinha.
Entrelinhas
Não teve beijo gay em Sete Vidas. Na trama das seis, Esther (Regina Duarte) é viúva e sua companheira não apareceu. Elizabeth Bastos Duarte, pós-doutora em TV pela Sorbonne Nouvelle, diz que o fato de o casal de Babilônia ser formado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg pode ter ampliado a rejeição:
- O fato de serem duas senhoras e renomadas atrizes se beijando pode ter incomodado mais. Fossem jovens, talvez não tivesse tanto problema.
A emoção
"Falta um tanto de humanidade a Babilônia", escreveu o crítico Nilson Xavier.
A análise dele deriva do fato de que a trama das nove está distante da realidade, com abordagens inverossímeis. O público acaba não se identificando com nenhum dos dramas. Na novela das seis é diferente, ali estão os conflitos da mulher que não abre mão da carreira para ser mãe, da mãe que cria o filho sozinho, tramas que aproximam o público do texto.
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