Noveleiros
Michele Vaz Pradella: "a telinha de muitos sotaques"
Caipiras, paulistas, italianados...tem de tudo nas novelas atuais
Apure os ouvidos e preste atenção nas diferentes formas de falar mostradas nas novelas atuais. Em uma mesma trama, há vários sotaques e expressões que ajudam a localizar o telespectador de acordo com a história.
Em Êta Mundo Bom, temos desde o caipira "forrrrrrte" do pessoal da fazenda, até o português corretíssimo dos aristocratas que vivem na capital. Alguns termos da época dos nossos avós ressuscitam nas falas dos personagens, e, assim, sabemos que as mulheres poderiam ficar "malfaladas", principalmente as que trabalhavam como "táxi girl".
E haja coração para as loucuras de Tancinha (Mariana Ximenes), um furacão na nova trama das sete. Logo no primeiro capítulo, já me deu vontade de "me sair por aí falando errado, e olha que eu me sou boa dos português" – impossível não se contagiar com o sotaque paulistano da Mooca!
Novela que se passa no Nordeste tem o sotaque como o mais arretado dos ingredientes. Quem nunca soltou um "óxi", "painho" ou "mainha", mesmo sendo 100% gaúcho? Com Velho Chico, não poderia ser diferente.
Para encerrar a noite, nada melhor do que um sotaque mineirinho de época como o da Branca (Nathalia Dill). No Brasil colonial retratado em Liberdade, Liberdade, predominava o português com forte influência de Portugal, principalmente entre os recém-chegados à colônia.
Com o tempo, os escravos, imigrantes europeus e muitas outras culturas foram se espalhando país afora, formando essa verdadeira Torre de Babel, muito bem-representada na telinha.