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Confira sete dicas para evitar o endividamento com o cartão de crédito
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo aponta que o cartão foi o vilão para 77% das famílias que se declararam endividadas em fevereiro
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apontou que, em fevereiro, o cartão de crédito foi o vilão para 77% das famílias que se declararam endividadas. Na sequência, aparecem os carnês (16,5%) e o financiamento de carro (10,7%).
Conforme a pesquisa, o cartão é a principal dívida tanto para as famílias com renda de até 10 salários mínimos (78%) quanto para as que têm renda superior a 10 salários mínimos (73,3%). Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, dá dicas de como agir para evitar que o cartão de crédito vire sinônimo de preocupação. Confira abaixo.
Sete dicas para não se endividar com o cartão
1 - Olho no limite
O ideal é que os limites dos cartões de crédito não ultrapassem 30% do salário ou ganho mensal, evitando, desta forma, que o gasto seja maior do que se recebe.
2 - Atenção aos parcelamentos
Ao fazer parcelas fixas, tenha consciência de que você está comprometendo os meses futuros do orçamento mensal. Lembre-se, também, que o cartão utilizado sem consciência promove compras por impulso. É preciso ter responsabilidade na hora de consumir: sempre se pergunte se realmente precisa do produto, se tem dinheiro para comprar e se tem como pagar a fatura total do cartão no seu vencimento.
3 - Evite pagar apenas a parcela mínima
O erro capital em relação ao cartão de crédito é pagar a parcela mínima e isso deve ser evitado. As altas taxas de juros cobradas acabam levando a pessoa à inadimplência. Caso não consiga pagar a parcela total, procure outra linha de crédito que não tenha juros que ultrapassem 2,5% ao mês.
4 - Evite pagar anuidade
Evite o pagamento de anuidade do cartão. Hoje, é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção.
5 - Não empreste o cartão
Nunca empreste o cartão de crédito à outra pessoa, mesmo que ela seja próxima a você. Lembre-se que, se ela tiver dificuldades em pagar, a dívida será sua.
6 - Aproveite os benefícios
Uma forma educada financeiramente de utilizar o cartão é saber aproveitar os benefícios que o cartão de crédito pode oferecer, tais como prêmios ou milhagens.
7 - Se perder o controle, pare e faça um diagnóstico financeiro
Caso perca o controle financeiro por causa do cartão, é preciso parar e fazer, imediatamente, um diagnóstico, descobrindo o verdadeiro problema. Lembre-se que poupar o dinheiro e comprar à vista, com desconto, é sempre uma boa opção — o valor que se paga de juros mensalmente, mesmo que a princípio não pareça muita coisa, poderia ser utilizado a seu favor, e não contra, realizando sonhos individuais e coletivos da família.
Fontes: Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e Serasa Ensina
Os dados da pesquisa da CNC
Apesar do cartão de crédito e de outras modalidades de dívida, a pesquisa mostra que o percentual de famílias endividadas recuou de 61,3% em janeiro para 61,2% em fevereiro deste ano – um avanço pequeno, mas positivo perto da base comparativa fraca do ano passado.
A pesquisa mostra, ainda, que a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso diminuiu em fevereiro, atingindo 24,9% das famílias, ante 25% em janeiro. Outro dado que apresentou queda em fevereiro foi a proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes: 9,7%, ante os 9,5% registrados em janeiro.
Prazo de endividamento
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,9 dias em fevereiro de 2018, inferior aos 65,7 no mesmo período do ano passado. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 6,9 meses, sendo que 31,1% das famílias possuem dívidas por mais de um ano e 25,8%, por até três meses. Entre aquelas endividadas, 20,9% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.