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 Imposto de Renda 2018: veja se vale a pena antecipar a restituição junto aos bancos

Antes de pensar nessa possibilidade, é preciso ter certeza de entregar à Receita uma declaração sem erros de informações

06/04/2018 - 15h15min


Leandro Rodrigues
Leandro Rodrigues
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Quase 550 mil gaúchos já encaminharam a declaração do Imposto de Renda 2018, e a Receita Federal espera que, até 30 de abril, mais de 2 milhões de contribuintes acertem as contas com o Leão no Rio Grande do Sul. E os bancos estão de olho em quem enviou os dados  e já sabe quanto vai receber no caso de ter direito à restituição.

Isso porque as instituições financeiras oferecem linhas de crédito para os clientes anteciparem a restituição. Mas lembre-se que essa opção se trata de um empréstimo, com  cobrança de juros e taxas.

– O adiantamento pode ajudar nas contas. Mas precisar dessa quantia já é uma prova de que as coisas não vão bem e que está faltando educação financeira. Caso contrário, não estaria precisando antecipar o recebimento de algum dinheiro para honrar um compromisso que não conseguiu pagar com o seu próprio orçamento – alerta o educador financeiro e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos.

A antecipação é oferecida pelos bancos aos clientes com conta, situações onde o risco à instituição é praticamente nulo. E, nisso, está um dos riscos para os contribuintes. A Receita fará a restituição em sete lotes, sendo o último deles em 17 de dezembro. A partir dessa última data, havendo ou não o depósito da Receita, o banco vai pegar de volta o valor mesmo que, para isso, tenha de retirar do limite do cheque especial.

– Além de considerar os juros, é preciso ter certeza de que a declaração está inteiramente correta, pois o contribuinte pode cair na malha fina e ter de arcar com o empréstimo do próprio bolso. O contribuinte também deve prestar muita atenção na hora de preencher a declaração, pois, se não colocar todos os dados corretamente, pode acabar perdendo dinheiro de dedução – aconselha Domingos.

O uso mais indicado para uma antecipação é pagar dívidas. Se os juros da dívida em questão forem maiores do que os da antecipação, pode ser um bom negócio. Mas, ainda assim, é importante fazer uma boa pesquisa entre as instituições financeiras, uma vez que a concorrência é alta, fazendo com que as taxas cobradas variem muito. Agora, caso os juros da dívida sejam menores, o mais indicado é aguardar e receber a restituição inteira.
 

Confira o cronograma da restituição 2018: 

1º lote _ 15 de junho
2º lote _ 16 de julho
3º lote _ 15 de agosto
4º lote _ 17 de setembro
5º lote _ 15 de outubro
6º lote _ 16 de novembro
7º lote _ 17 de dezembro
 

Antecipação da restituição: use com moderação

Os valores

– O percentual do valor a ser restituído que pode ser antecipado varia de acordo com a instituição e o perfil do cliente.

– Alguns bancos, por exemplo, oferecem antecipação de até 100% do que o cliente tem direito a ser restituído pela Receita Federal.

– Trata-se de uma "compra de dinheiro", um empréstimo. 

– Os bancos oferecem essa operação para quem é cliente e usa a conta para receber a restituição do IR.

As vantagens e facilidades

– A liberação é rápida.

– O dinheiro é creditado diretamente na conta corrente.

– O cliente já pode utilizar um recurso que só receberia na data da restituição, conforme o calendário dos lotes.

Pontos negativos e riscos

– Na prática, você perde dinheiro, porque terá de pegar juros e taxas. Quando houver o crédito da restituição na conta, o banco ficará com mais do que antecipou.

– O empréstimo será debitado mesmo se, por algum erro na declaração, o valor a ser restituído pela Receita for menor ou se você cair na malha fina.

– Ou seja, antecipar a restituição pode ser arriscado se você não tiver uma reserva na sua conta. Tenha certeza de que fez uma declaração de IR perfeita.

Quando vale a pena

– Só é um bom negócio, sem sombra de dúvida, se o valor da antecipação for para quitar a dívida de um cheque especial ou de um cartão de crédito.

– Estes dois são exemplos de dívidas com juros muito elevados, os mais altos do mercado. As taxas e juros da antecipação são, geralmente, bem menores. 

– No fim das contas, o cliente acaba ficando com uma dívida mais barata. É um bom negócio.

– Uma emergência de saúde sai dessa lógica e pode ser outro motivo.

Qual taxa de juros é cobrada

– Cada instituição trabalha com determinada taxa de juros e tarifas.

– Ainda assim, para cada cliente, é feita uma proposta diferente, com taxas menores ou maiores.

– Quem tem conta há pouco tempo, por exemplo, pode ter juros mais altos  porque o banco considera maior o risco de inadimplência.

– Aquele cliente mais antigo ou que nunca ficou no negativo pode conseguir uma proposta mais atraente.

Fique de olho no CET

– O mais importante a se saber, quando for à agência, é o Custo Efetivo Total (CET).

– O CET é o total de encargos a serem pagos pelo cliente na operação.

– É expresso em forma de percentual e inclui as taxas de juros, tributos, tarifas, gravames, IOF, registros, seguros e demais despesas.

– Todas as instituições financeiras devem informar qual é o CET na efetivação de um contrato.

Pensar bem antes é fundamental

– Lembre-se de que é preciso cautela. Quem garante que você não vai ficar na malha fina e ter que arcar? Os bancos irão pegar do limite da sua conta se for preciso.

– Os valores da antecipação poderão ajudar nas contas, mas podem estar apenas remediando um problema. Se você precisa tanto do dinheiro a ponto de não poder esperar pela restituição já é sinal de que algo está desequilibrado.

– Antes de bater o martelo, faça um diagnóstico financeiro para saber dos ganhos mensais e ver para onde está indo cada centavo. É assim que se identifica o que precisa ser resolvido nas contas pessoais.

– Se os juros da dívida que deseja pagar com a antecipação forem maiores dos cobrados pelo banco, pode ser uma boa operação.

Fontes: Camila Bavaresco, consultora financeira, Jó Adriano da Cruz, educador financeiro, e Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira



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