Olho no bolso
Campanha alerta consumidores para as armadilhas das compras por impulso
Pagar pouco por produtos sem qualidade ou achar que precisa adquirir sempre o que é top de linha estão entre as ações citadas em iniciativa
Comprar um vestido pela metade do preço ou um carro zero quilômetro sem precisar dar uma entrada. Essas ofertas tentadoras muitas vezes podem ser o gatilho para o consumo desenfreado. E o combate ao consumo excessivo é o foco da campanha de educação financeira No meu dinheiro mando eu, da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
— As (armadilhas) mais comuns são as grandes promoções com zero de entrada, pague 2 e leve 3, cartão de crédito com o limite turbinado, 50% OFF, 10 vezes sem juros, planos anuais e a Black Friday — afirma o integrante da Comissão Técnica de Estratégia e Criação de Valor da Abrapp, Cristiano Verardo.
A campanha dá dicas ao consumidor para não se deixar levar pelo impulso da compra. Em relação aos planos de academias de ginástica, por exemplo, a recomendação é que o consumidor avalie quais as vantagens e desvantagens de contratar um plano anual, semestral ou mensal e analisar a economia real ao contratar o serviço.
Verardo alerta que o consumidor precisa refletir, antes de comprar, se realmente necessita daquele produto ou serviço.
— Os consumidores também não avaliam os custos envolvidos em uma compra, como por exemplo, o seguro e o IPVA do carro novo, ração, consultas, brinquedos e remédios de um novo cachorrinho, ou alimentação, hospedagem e passeios ao comprar uma passagem de avião em uma oferta relâmpago — detalha.
Outros exemplos citados são “achar que é necessário ter os produtos tops de linha”, “não apurar os juros ou taxas cobradas em transações comerciais” ou ainda adquirir itens “baratinhos” sem avaliar a qualidade da mercadoria.
Segundo a Abrapp, a ideia da campanha não é colocar em dúvida os benefícios das ofertas e promoções, mas chamar a atenção para a responsabilidade do consumidor sobre a tomada de decisão.
— Não somos contra o consumo. Dinheiro é feito para gastar, mas, antes, é preciso fazer sobrar e, depois, consumir de forma consciente na hora e no momento certo. Entendemos que a educação financeira é uma base importante para a aposentadoria. O jovem que administra com sabedoria as suas finanças e faz uma poupança previdenciária chegará à maturidade com a segurança de uma fonte de renda confiável — defende o presidente da Abrapp, Luis Ricardo Martins.
A campanha é uma das ações da 5ª edição da Semana Nacional de Educação Financeira (Enef), organizada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), que vai até o domingo (20) com atividades abertas ao público em todo o país. O objetivo é disseminar a educação financeira e previdenciária no país.
A programação contempla ações gratuitas presenciais ou a distância e pode ser conferida no site da semana.