A voz da passarela
Após 13 anos, Odir Ferreira retorna ao microfone dos desfiles das escolas da Capital
Radialista aposentado volta a ocupar a função de ser a voz do Carnaval
Depois do aviso sonoro da sirene e da leitura da ficha técnica, o público que for ao Sambódromo do Porto Seco ouvirá, novamente, a deixa para o sinal verde indicar o início da apresentação de cada escola de samba na Passarela Carlos Alberto Barcellos, o Roxo. Este ano, será a voz do radialista Odir Ferreira, 59 anos, que abrirá o cronômetro nos desfiles de Carnaval de Porto Alegre com o bordão: "Aí vem (nome da agremiação)". Com o falecimento do comunicador da Rádio Farroupilha Nelson Marconi, em agosto passado, Odir reassumirá o posto de locutor oficial do Carnaval de Porto Alegre, do qual estava distante desde 2000.
Fez muitos amigos
Aposentado como radialista desde junho de 2012, Odir pretendia, neste Carnaval, assistir aosdesfiles da arquibancada, ou de um camarote. Mas, a convite da Associação das Entidades Carnavalescas (Aecpars), da União das Escolas de Samba do Grupo Especial de Porto Alegre (Ungespa) e da Coordenação das Manifestações Populares da Secretaria Municipal da Cultura, voltou para a locução.
- É outro momento. As emoções se renovam - observa o radialista que, nos últimos 12 anos, foi um dos âncoras da transmissão de Carnaval da Rádio Gaúcha.
Odir passou por rádios como Capital, Princesa, Metrô e, nos 35 anos de cobertura de Carnaval, fez muitos amigos, circulou por muitas quadras e barracões. Também cobriu os desfiles de Uruguaiana durante cinco anos.
- Aprendi muito com o Roxo (Carlos Alberto Barcellos, falecido em 1989, personagem que dá nome à passarela do samba).
Tom comunicativo
Odir fez a locução do Carnaval pela primeira vez em 1995. Permaneceu sozinho na função até 1998. Em 1999 e 2000, ele e Marconi dividiram o microfone. Odir conta que, na época, conciliava a atividade de bancário com a de radialista, locutor do Carnaval e assessor de comunicação da Aecpars. Marconi foi o locutor exclusivo. entre 2001 e 2012.
- Eu usava o "Aí vem..." e o Marconi resolveu fazer diferente, então com o "Vem aí...". Retomando o "Aí vem...", será uma homenagem ao Marconi, uma figura marcante do Carnaval - observa Odir, destacando que o colega tinha um tom mais solene, enquanto o dele é mais comunicativo.
Já na abertura dos envelopes, na terça-feira, Odir pretende dar ênfase na nota máxima:
- Pretendo dizer: é 10!, num tom mais alto, para mexer com a emoção da torcida.