Eleições 2012
Candidatos à prefeitura da Capital respondem sobre a saúde
A partir de hoje, o Diário Gaúcho apresenta uma série de entrevistas com os sete candidatos à prefeitura de Porto Alegre
A partir de hoje, o Diário Gaúcho apresenta uma série de entrevistas com os sete candidatos à prefeitura de Porto Alegre. A intenção é ajudar o leitor a ter informações para votar no dia 7 de outubro.
As perguntas, todas feitas por editores do jornal, estão relacionadas com assuntos que você, leitor, vive em seu cotidiano.
Trânsito, saneamento, saúde, cultura, sambódromo, habitação, segurança. Como os candidatos avaliam esses temas? Quais são seus projetos?
O site do DG também divulgará as entrevistas, além de vídeos com respostas a perguntas exclusivas. Neste final de semana, o leitor poderá conferir o que os candidatos pensam a respeito da seguinte questão:
- Se eleito, o(a) senhor(a) será o prefeito da Copa. Como pretende desatar o nó das desapropriações para duplicação da Avenida Tronco?
As emergências da Capital estão sempre lotadas. O caminho para evitar isso é a qualificação da rede básica de saúde. Como pretende ampliar a oferta de atendimento (profissionais de saúde, postos e pronto atendimentos), evitando a busca pelas emergências?
Adão Villaverde (PT)
A solução é investir na atenção básica, na qualificação dos postos de saúde e na ampliação da saúde da família. Uma das características do programa saúde da família é que ele faz prevenção. Remédio e tratamento são caríssimos, prevenção é muito mais barato. Demanda recursos, mas eu vou tirar de alguma área para colocar aqui e, a curto prazo, tenho certeza que isso compensará. Outro ponto: vamos informatizar, criar o teleagendamento, cadastrar os 750 mil usuários do Sus de Porto Alegre. Vamos abrir os postos até as 22h. Nas UBS, hoje, falta médico, falta pessoal, tem poucas fichas. Vamos ter de investir em profissionais, em qualificação. Nós vamos criar as Upas, pois até agora não temos nenhuma funcionando. Elas serão muito importantes, porque são 24 horas, é um instrumento intermediário de atenção à saúde. Tudo isso será para desafogar as emergências. Você tem que fazer um trabalho gerencial importante.
Érico Corrêa (PSTU)
Na saúde, temos de ter respeito com a população. A parceria com o servidor é fundamental. É preciso instituir o regime de 30 horas, é ponto de campanha, e contratar. Quanto às equipes de saúde da família: somos a favor, mas somos contra o Imesf, somos contra o serviço público em que os servidores não sejam estatutários. As equipes de saúde têm de ter continuidade e médicos - 30% delas não têm médico. O modelo da saúde é o da privatização, da terceirização. É preciso combater esse modelo. Ampliar as equipes de saúde da família é fundamental. Os políticos dizem em todas as eleições que vão aumentar, mas não o fazem porque o dinheiro que eles têm vai para empreiteiras. Teremos 300 equipes de saúde da família. De onde vai sair esse dinheiro? Bom, estão usando agora mais de R$ 340 milhões para essas obras da Copa. E isso é construir cidade pra turista. Negativo. A cidade tem que ser construída para a população.
Jocelin Azambuja (PSL)
Em primeiro lugar, vou cobrar dos governos federal e estadual o que é de direito de Porto Alegre. O Estado e a União não cumprem com o percentual da saúde. Porto Alegre sofre com falta de atendimento. De 81 bairros , 46 não têm Unidade Básica de Saúde. Se tivermos as UBSs em cada bairro, a maioria dos problemas se resolve lá. Só os mais complexos chegam ao hospital. Se o Estado tem que construir e entregar para o município, nós vamos cobrar. O povo quer saúde decente, ir num posto e ser atendido. Outro problema é a gestão. Hoje perdemos 60 mil consultas, que são pagas pelo sistema. Falta uma pessoa ligar e perguntar: a senhora vai vir na consulta marcada? Se tu tens uma central, eliminas este problema. Isso significa gestão. O Sus é um sistema excelente, funciona. Mas funciona onde existe gestão. Onde não tem gestão, tem desperdício de consultas, de atendimento, de tudo.
José Fortunati (PDT)
Temos de buscar uma série de ações para que, lá na ponta, as emergências fiquem numa situação mais adequada. A primeira delas é o trabalho que fazemos com o governo do Estado e o governo federal para que o Interior volte a ter qualificação. De cada dez pacientes atendidos na Capital, cinco não são daqui. Segundo: o Programa Saúde
da Família. Hoje, estamos com 173 PSFs, além das nossas unidades básicas. Temos ainda problemas de falta de médicos, mas estamos sanando isso. Em setembro, a Upa da Zona Norte fica pronta. Vai atender a região e represar pacientes que, hoje, vão direto à emergência do Conceição. Então, isso vai desafogar. Outra iniciativa diz respeito às emergências: leitos hospitalares. Estamos reabrindo, até o final deste ano, 354 novos leitos. Também avançamos na informatização, com prontuário eletrônico e marcação de consultas. Estamos avançando.
Manuela dÁvila (PC do B)
O principal problema que a gente tem na saúde é de gestão. São investidos 21% de todo o dinheiro que a prefeitura arrecada, de cada R$ 100, R$ 21 vão para a saúde. Não é pouco dinheiro. Mas como as mulheres ainda vão para as filas de madrugada? O problema das filas é de fácil enfrentamento. A gente tem que criar uma central de marcação, uma central telefônica que organize as consultas básicas. É um dos primeiros atos que terei como prefeita, a constituição do teleagendamento de consultas. É preciso informatizar a rede. Ter uma central de consultas e exames que não é só consulta básica, que não leve quatro anos para chamar e avise dois dias antes. Então, a primeira questão é a gestão. A segunda questão: total do orçamento da saúde, a gente investe só 10% em atenção básica. Com 7,5% do orçamento da saúde, a gente chega a 300 equipes de saúde da família.
Roberto Robaina (PSOL)
É preciso aumentar as equipes de saúde da família, por óbvio. Os centros de saúde têm de abrir à noite e nos finais de semana. A superlotação das emergências está relacionada com isso. Tem ali o centro de Navegantes, por exemplo: sábado, não tem. Passa ali, está fechadinho. Final de semana é quando o cara tem tempo para adoecer. Trabalha toda a
semana e só tem tempo para adoecer no final de semana. Quando ele descansa, ele adoece. No dia a dia, ele está tensionado para não adoecer porque, senão, ele perde o emprego. O Sus é um grande projeto, só que o Sus precisa ter dinheiro. E, hoje, o principal problema da saúde é que o dinheiro público tem de ir para a saúde pública. Uma boa parte do dinheiro do Sus, eu acho que a metade do dinheiro que vem para Porto Alegre, vem para hospital privado, para pagar leitos, exames, os serviços que os hospitais privados prestam.
Wambert Di Lorenzo (PSDB)
Até o final do mandato, eu resolvo o problema de pronto atendimento de Porto Alegre. E vou fazer isso reconhecendo que o município não tem condições de resolver o problema, de ir atrás de 2 mil leitos, que é o nosso déficit. A solução é o aumento do número de leitos e de serviços da rede de iniciativa privada, que é subsidiada. Outra questão é o nosso Pronto-Socorro. Precisamos de um novo, melhor localizado, com heliporto. Temos uma área pública imensa às margens do Guaíba, é um acesso rápido para usuários da Região Metropolitana. No prédio atual, poderíamos ter um atendimento para especialidades. Para remunerar melhor os profissionais do Sus, é preciso chamar à responsabilidade os governos estadual e federal, pois é uma gestão compartilhada. A federação é formada por Estados e municípios, só que os prefeitos são mendigos, vivem de cuia na mão, pedindo esmola para o governo federal.
Confira a programação dos assuntos abordados:
* Sábado e domingo - Saúde
* Segunda - Cultura
* Terça - Sambódromo
* Quarta - Segurança
* Quinta - Esgoto
* Sexta - Habitação
* Sábado e domingo - Transporte