Eleições 2012
O grande domingo da família Souza
Moradora do Morro da Cruz, família vai votar pensando em melhorias para a cidade
Como tantas famílias da Capital, a dos Souza é numerosa, unida e barulhenta. Foi no Morro da Cruz que seu Valdomiro Teles de Souza, 57 anos, e dona Regina Mayer de Souza, 58 anos, criaram os seis filhos e estão participando da infância dos 13 netos. Da mesma forma como eles acompanharam o crescimento da família, que vive há mais de 30 anos na mesma rua, puderam observar de perto as mudanças pelas quais o Bairro São José passou, desde o tempo em que as ruas eram de chão batido, não havia luz e a água vinha de caminhão-pipa.
Neste domingo, os Souza depositam nas urnas, como todos os brasileiros, as esperanças para os próximos quatro anos.
O Diário Gaúcho foi descobrir quais os seus anseios, o que acham que falta para que o lugar onde vivem fique melhor. Assim como eles, cada eleitor deve decidir diante da urna quem será o governante de sua cidade e quais serão aqueles que deverão fiscalizar a administração do município e aprovar leis que beneficiem a cidade e melhorem a qualidade de vida de quem nela mora.
- Aqui tem muitas famílias como a nossa, que lutam com dificuldade. É muito bom de morar, onde criei meus filhos, e deram uns guris bons - afirma Regina.
Lazer e educação para as crianças
Para Regina, o que falta ao Morro da Cruz é uma área de lazer para as crianças. Formada em Pedagogia (ela trabalha na Escola Municipal Professora Judith Macedo de Araújo, na supervisão e como auxiliar de secretaria, mas começou na escola como auxiliar de serviços gerais), ela sabe a importância de um espaço para os pequenos brincarem:
- Aqui há poucas árvores, não há uma área de lazer. Em janeiro e fevereiro, as crianças têm que ficar socadas em casa. Quando tem a passagem (de ônibus) de graça, aí a gente vai até a Redenção para eles andarem nos brinquedos.
Segundo ela, outra necessidade da comunidade é uma escola de ensino médio.
- Eu custei muito a entender que a prioridade na vida para conseguir alguma coisa é a gente estudar. Temos que ter mais cultura, mais conhecimento, mais lazer.
Saneamento básico e esgoto
Valdomiro trabalhou durante muitos anos como caminhoneiro e hoje é taxista. Natural de Cruz Alta, veio para a Capital em 1971, em busca de emprego. Na cidade, que fica a 343km de Porto Alegre, ele conta que vivia na "Rua dos Souza", porque a parentada toda morava na mesma rua. Quando formou a família dele, a partir de 1976, fez da Travessa São João a nova Rua dos Souza.
Para ele, o que falta no morro é investimento em saneamento básico:
- Gostaria que tivesse esgoto. O que tem aqui foi feito provisório, há 20 anos.
Atualmente, Miro, como é conhecido, está construindo um pequeno comércio ao lado da cruz que dá nome ao morro.
Melhoria insuficiente
O filho mais velho, Alessander, tem 38 anos e é cobrador de ônibus. É pai de três filhos. Na opinião dele, no bairro falta saneamento, esgoto, lixeiras, iluminação em alguns postes, policiamento e asfalto em algumas ruas.
- Teve melhorias no morro de uns 15 anos para cá. Mas falta também uma escola de ensino médio. O aluno termina a oitava série e tem que ir para o Centro, mas aí tem que bancar passagem, roupa. Eu já passei por isso e sei que muitos desistem.
Saúde e limpeza urbana
Para o motorista de lotação Claudiomiro, 32 anos, é preciso melhorar a saúde e a limpeza da cidade:
- Tinham que botar mais coleta, aqui está muito sujo, a cidade está poluída. Os postos de saúde estão muito largados. Vou ao posto e fico mais de cinco horas porque tem pouca ficha. A sorte é que as crianças quase não ficam doentes (tem três filhos). O posto continuou do mesmo tamanho, mas aumentou muito o número de moradores.
Creches e esporte
A caçula, Daniela, 27 anos, é auxiliar de serviços gerais.
- Faltam mais creches aqui, mais oportunidades, cursos. Eu consegui creche para os meus filhos, graças a Deus, mas a maioria não consegue, é bem complicado - conta a mãe de três filhos.
Já um dos irmãos dela, o promotor de vendas Fernando, 31 anos, acha que falta atividade esportiva para a gurizada e os adultos.
Do lampião à rede elétrica
Regina e Valdomiro viram o bairro e a cidade crescerem:
- Aqui não tinha calçamento, não tinha recolhimento de lixo. Como não tinha luz, usávamos lampião. A água vinha no caminhão-pipa ou de uma bica. Batalhamos pelo ônibus que fosse até em cima (hoje são servidos pelas linhas Clemente Pereira, Perimetral e Santa Maria). Conquistamos bastante coisa.
Miro lembra o tempo em que a cruz do alto do morro era feita de tronco de eucalipto, fincada no chão.
A FAMÍLIA
PAIS
- Valdomiro e Regina
FILHOS
- Alessander, 38 anos, cobrador de ônibus
- Leandro, 36 anos, auxiliar contábil
- Claudiomiro, 32 anos, motorista de lotação
- Fernando, 31 anos, promotor de vendas
- Raquel, 30 anos, auxiliar de serviços gerais
- Daniela, 27 anos, auxiliar de serviços gerais
- Netos: 13 (o mais velho tem
14 anos, e o mais novo, dois)
Acompanhe a eleição com o DG pela internet
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DURANTE A VOTAÇÃO
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- O que pode e o que não pode - Para evitar problemas e votar com tranquilidade, o eleitor deve estar atento a algumas restrições impostas no dia do pleito. O DG.com traz a lista do que pode e do que não pode ser feito.
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