Sem segurança na hora da aula
Pais e professores se mobilizam para cercar escola
Escola Estadual Vicente da Fontoura não tem muro, portão fica aberto e tela na entrada está caída. Secretaria de Educação pode fazer uma obra emergencial
Ao chegar à Escola Estadual de Ensino Fundamental Vicente da Fontoura, no Bairro Belém Novo, Zona Sul da Capital, para buscar a filha de seis anos, a manicure Priscila Patrícia Wolfart levou um susto ao ver a menina sozinha na beira da Avenida Edgar Pires de Castro.
Além de não ter muro, o portão do colégio fica aberto de dia e a tela ao lado está caída. Não há controle de quem entra e de quem sai. E o mato, que contribui para prejudicar a imagem da instituição, toma conta do terreno. No ano passado, roubaram a bicicleta de um aluno que chegava para estudar.
- Não há segurança - reclama Priscila.
Projeto prevê um muro
A situação preocupa pais, alunos e a direção da escola que se esforça para melhorar a estrutura. Um projeto de construção de um muro e de um prédio para a área administrativa já foi aprovado pela Secretaria de Educação, mas as obras só devem iniciar no segundo semestre.
A direção, porém, pretende se antecipar e construir um muro entre o portão de entrada e a quadra poliesportiva. Para isso, conta com a ajuda dos pais.
Rifa para comprar portões
Em abril, o Conselho Escolar e o Círculo de Pais e Mestres promoveram a rifa de cestas de páscoa. Arrecadaram cerca de R$ 580. Com o dinheiro, compraram três portões de ferro usados. Um deles deve ser instalado na entrada do terreno.
- Não temos guarda escolar. Temos apenas monitores para cuidar das crianças na hora do recreio e na entrada da sala de aula - revelou a vice-diretora da manhã, Cinara Demingus, 39 anos.
Escola depende de doações para reforma
Cinara admite a falta de segurança mas, sem ajuda, nada pode ser feito. A verba de manutenção de R$ 1,2 mil é destinada para troca de vidros, pintura e consertos. A verba permanente, de R$ 300, é utilizada na compra de folhas, lápis e canetas. Reformas e melhorias que exigem mais recursos dependem da disponibilidade de verba pública.
Ou da mobilização da comunidade e de doações. O prédio com três salas de aula, inaugurado no ano passado, foi doado pelo consulado japonês. A quadra poliesportiva é um presente do empresário Jorge Gerdau Johannpeter. Recentemente, o governo do Estado fez o calçamento da entrada da escola, com acesso para PCDs.
Secretaria pede envio de ofício
O titular da 1ª Coordenaria Regional da Educação, Antonio Quevedo Branco, informa que, no caso da Vicente da Fontoura, que envolve inclusive a segurança dos alunos, é possível realizar uma obra emergencial, para construção de muro ou cerca.
Para isso, é necessário que a direção da escola envie ofício à 1ª CRE. Será aberto um processo e uma equipe da coordenadoria fará um levantamento no local. Se o problema for considerado de urgência, a obra será encaminhada imediatamente.