De olho nos ciclistas
Passa de tudo na ciclovia da Ipiranga, menos ciclista
Ontem pela manhã, em uma hora de observação, a reportagem do Diário Gaúcho flagrou oito ciclistas utilizando o local e nove pessoas caminhando na mesma via
No início de maio, foi inaugurado o primeiro trecho da ciclovia da Avenida Ipiranga, que vai da Avenida Erico Verissimo até a Avenida da Azenha. O trecho é exclusivo para o uso de bicicletas, mas ainda há quem caminhe ou corra por ali. Ontem pela manhã, em uma hora de observação, a reportagem do Diário Gaúcho flagrou oito ciclistas utilizando o local e nove pessoas caminhando na mesma via. Ou seja, em média, um ciclista a cada sete minutos - e uma pessoa a pé a cada seis minutos. O problema é que a pista não deve ser usada por pedestres.
- A sinalização é muito clara quanto a isso. O princípio das ciclovias é o mesmo dos corredores de ônibus. Só pode ser usada por bicicletas - analisa o Secretário de Mobilidade Urbana e presidente da EPTC, Vanderlei Capelari,
O aposentado Gilberto Oliveira, 62 anos, usa a ciclovia para se exercitar duas vezes ao dia.
- Só vi ciclistas uma vez. Aqui é melhor de caminhar porque o piso é bem nivelado.
Persistente, Reinaldo Ongaratto, 48 anos, pedala 20km por dia na ciclovia. No vai e volta pelo trecho de 416m, ele conta que se sentia um intruso na calçada.
- Agora, temos o nosso espaço. Tem de conscientizar as pessoas a ter respeito - analisa o advogado.
A ciclovia da Ipiranga deve ser concluída ainda em 2012 e compreende o trecho entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio) e Antônio de Carvalho, com 9,4km.
Fala, povo!
- Acho mais tranquilo caminhar por aqui.
Maria Margarida Rodrigues - Pedestre e aposentada, 73 anos
- Antes, não valia a pena ir de bicicleta, pois tinha de desviar dos pedestres e sempre me atrasava. Depois de concluído, ficou muito bom. O ideal é ampliar o trecho.
Brízida Godoy - Ciclista e guia de turismo, 52 anos