É tempo de vida nova para os cães do Canil Municipal de Gravataí. Após a denúncia de maus-tratos aos animais, publicada em março deste ano, de uma intervenção do Ministério Público e de ações da prefeitura e de voluntários, a reportagem do Diário Gaúcho retornou ao local.

Ontem, seis funcionários cuidavam dos mais de 250 cachorros. Os animais estavam limpos, amparados e com curativos que comprovam a mudança no tratamento do canil.

- Não dá para comparar com o que era antes. A mudança fica nítida só de olhar para eles - diz Márcia Becker, 43 anos, administradora enviada pelo Ministério Público em maio.

Não tinha comida

Segundo funcionários, o que era um "abatedouro" transformou-se num espaço que preza a vida do animais.

- Além de pouco, o trabalho que eu tinha era muito diferente. Só me mandavam recolher corpos, limpar os canis e nem comida podia colocar nos pratos porque não tinha - recorda o biólogo e estudante de medicina veterinária Eduardo Cardoso Teixeira, 36 anos, que está há um ano e meio no centro.

Ele celebra ao ver uma mesa repleta de remédios, os sacos de ração chegando e os animais bem cuidados.

Márcia reconhece que ainda há o que fazer em termos de melhorias, mas gostaria que os projetos não demorassem tanto:

- Todos aqui temem que as coisas andem mais devagar quando o MP deixar de intervir. A prefeitura está ajudando, mas ainda não está 100%. Precisamos de mais agilidade.

Um espécie de loteamento foi construído para os cães bravos, com 30 casinhas doadas pela voluntária Cynthia Barcellos.