Se a propaganda é a alma do negócio, os comerciantes do Mercado Público devem estar com uma pulga atrás da orelha. O motivo do alvoroço é a decisão de prefeitura de instalar, em julho, quatro balanças eletrônicas, ao lado das principais entradas do prédio, para que os clientes possam pesar os produtos comprados nas bancas.

Proprietários concordam

Entre os proprietários, o clima de desconfiança não deverá abalar a relação de credibilidade com os consumidores, construída ao longo de 142 anos. Alguns vendedores, porém, que pediram para não se identificar, admitem que o tira-teima pode acabar revelando pequenas distorções.

Todos, porém, concordam num ponto: a instalação dos equipamentos reforçará a imagem de respeito que os visitantes têm do tradicional centro de compras da Capital. O presidente da Associação do Comércio do Mercado Público, Paulo Henrique Gottert, vê a medida com tranquilidade.

- Tudo que venha para atestar a nossa credibilidade junto ao consumidor é bem-vindo. Somos seguros quanto a nossas atitudes - afirmou.

Ex-diretor do Procon e titular da Smic, Omar Ferri Júnior diz que a iniciativa visa a dar lisura e transparência ao processo de compra e venda.

- Não estamos fazendo isto por causa de reclamação ou denúncia, mas porque é uma necessidade e também um direito do consumidor - explicou.

Quilo com peso certo

Para eliminar dúvidas, o Diário Gaúcho resolveu fazer um teste com a ajuda de técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Compramos 1kg de erva-mate, pinhão e feijão a granel no Mercado Público e de batata e tomate em mercadinhos dos bairros Santana e Menino Deus, para comparar. Os alimentos foram pesados no Inmetro.

Dos cinco produtos, apenas a batata apresentou peso ligeiramente inferior ao aferido na balança do Inmetro. Mesmo assim, estava dentro do padrão de tolerância, segundo afirmou a gerente do setor de perícias dos produtos pré-medidos, Janete Mafra.