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Só felicidade

Após 32 anos, irmãs se reencontram na Rodoviária de Porto Alegre

Irmãs se veem novamente após mais de três décadas longe uma da outra. O encontro ocorreu na Estação Rodoviária de Porto Alegre. Falta agora reunir os irmãos

05/07/2012 - 06h36min

Atualizada em: 05/07/2012 - 06h36min


Beijo fraterno que não tem preço, não é?

"Eu não vou morrer sem rever meus irmãos".

Esta era a frase mais dita por Lolita Amorim, 63 anos, nos últimos tempos. Após 32 anos sofrendo com a ausência dos irmãos, a aposentada teve a surpresa de encontrar a caçula por parte de pai, a dona de casa Joice Rios, 37 anos, em uma rede social.

- Depois que meus pais e meus irmãos por parte de mãe morreram, só contava como família meus filhos, netos e bisnetos. Não tinha mais contato com as minhas origens - conta a moradora de Cachoeira do Sul.

- Viagem de mais de 100km

Com a ajuda da neta Silvana, 27 anos, ela encontrou os perfis dos membros da família Rios na internet. Eram eles: Derli, Mauro, Joice e Leonardo, todos filhos de Almedorino Rios, pai de Lolita, falecido aos 77 anos.

Feitos todos os contatos, era chegada a hora de marcar o encontro com Joice, que não via a mana desde os seis anos. Com as passagens compradas de Cerro Grande à Porto Alegre, Joice percorreu 117km na companhia de uma das filhas, Ketlen, 11 anos. Na Rodoviária da Capital, a irmã a esperava.

- Reconhecimento foi imediato

Quando o ônibus encostou, o coração de Lolita acelerou, preocupando a filha Giovana, 45 anos:

- Levei minha mãe no cardiologista nesta semana. Ela está tomando calmantes, porque tem problema cardíaco.

A emoção tomou conta de Lolita ao se abrir a porta do coletivo. Um grito saiu ao ver a primeira passageira descer:

- É ela!!

Joice não conteve as lágrimas. Muito mais jovem que Lolita, abraçou a irmã com carinho de filha, lembrando das brincadeiras nos campos de Candelária, no Centro do Estado.

As lágrimas secaram e a voz conseguiu sair em tom audível. Sorrisos e olhares resumiam o significado do momento.

- Não quero mais me separar dela. Que saudade que eu senti - emociona-se Joice.

Travessuras ficaram na memória da dupla

Joice viu Lolita pela última vez aos seis anos, em Candelária, onde a família do pai morava. O que mais marcou a presença da irmã mais velha em sua infância foi um episódio engraçado, quando as duas comeram erva-mate escondidas.

- Nós comíamos a erva e saímos correndo, com medo do pai - conta Joice, em meio a gargalhadas, no banco da rodoviária.

- Faltam só os irmãos

Enquanto isso, Lolita lembrava dos banhos no açude e das corridas no barro.

- Era muita diversão. A gente sempre cuidava uma da outra - lembra.

Mas a saga continua, Lolita ainda espera os outros três irmãos, que moram em Cristal, no Sudeste:

- Espero rever todos eles e reunir toda a minha família de novo.


 


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