Só felicidade
Após 32 anos, irmãs se reencontram na Rodoviária de Porto Alegre
Irmãs se veem novamente após mais de três décadas longe uma da outra. O encontro ocorreu na Estação Rodoviária de Porto Alegre. Falta agora reunir os irmãos
"Eu não vou morrer sem rever meus irmãos".
Esta era a frase mais dita por Lolita Amorim, 63 anos, nos últimos tempos. Após 32 anos sofrendo com a ausência dos irmãos, a aposentada teve a surpresa de encontrar a caçula por parte de pai, a dona de casa Joice Rios, 37 anos, em uma rede social.
- Depois que meus pais e meus irmãos por parte de mãe morreram, só contava como família meus filhos, netos e bisnetos. Não tinha mais contato com as minhas origens - conta a moradora de Cachoeira do Sul.
- Viagem de mais de 100km
Com a ajuda da neta Silvana, 27 anos, ela encontrou os perfis dos membros da família Rios na internet. Eram eles: Derli, Mauro, Joice e Leonardo, todos filhos de Almedorino Rios, pai de Lolita, falecido aos 77 anos.
Feitos todos os contatos, era chegada a hora de marcar o encontro com Joice, que não via a mana desde os seis anos. Com as passagens compradas de Cerro Grande à Porto Alegre, Joice percorreu 117km na companhia de uma das filhas, Ketlen, 11 anos. Na Rodoviária da Capital, a irmã a esperava.
- Reconhecimento foi imediato
Quando o ônibus encostou, o coração de Lolita acelerou, preocupando a filha Giovana, 45 anos:
- Levei minha mãe no cardiologista nesta semana. Ela está tomando calmantes, porque tem problema cardíaco.
A emoção tomou conta de Lolita ao se abrir a porta do coletivo. Um grito saiu ao ver a primeira passageira descer:
- É ela!!
Joice não conteve as lágrimas. Muito mais jovem que Lolita, abraçou a irmã com carinho de filha, lembrando das brincadeiras nos campos de Candelária, no Centro do Estado.
As lágrimas secaram e a voz conseguiu sair em tom audível. Sorrisos e olhares resumiam o significado do momento.
- Não quero mais me separar dela. Que saudade que eu senti - emociona-se Joice.
Travessuras ficaram na memória da dupla
Joice viu Lolita pela última vez aos seis anos, em Candelária, onde a família do pai morava. O que mais marcou a presença da irmã mais velha em sua infância foi um episódio engraçado, quando as duas comeram erva-mate escondidas.
- Nós comíamos a erva e saímos correndo, com medo do pai - conta Joice, em meio a gargalhadas, no banco da rodoviária.
- Faltam só os irmãos
Enquanto isso, Lolita lembrava dos banhos no açude e das corridas no barro.
- Era muita diversão. A gente sempre cuidava uma da outra - lembra.
Mas a saga continua, Lolita ainda espera os outros três irmãos, que moram em Cristal, no Sudeste:
- Espero rever todos eles e reunir toda a minha família de novo.