Sósia
Esta Rosane Collor vive longe dos holofotes
Dona de casa está habituada a ver seu homônimo no noticiário
Quando soube que Rosane Collor, uma das ex-primeiras-damas da República, daria uma entrevista bombástica no programa Fantástico (exibida no domingo passado), a dona de casa Rosane Collor, 48 anos, moradora do Bairro Coronel Nassuca, em Guaíba, já sabia: novamente veria seu nome no noticiário. Isso 20 anos depois do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello (hoje senador/PTB-AL).
- O auge foi quando ela virou primeira-dama. Sempre que eu ia fazer compras e dava a identidade, as pessoas ficavam olhando, cochichavam, até que alguém perguntava se eu era a primeira-dama - lembra.
A Rosane Collor de Guaíba não assistiu à entrevista em que a xará reclamou da pensão de R$ 18 mil que recebe de Collor e contou sobre rituais de magia negra que teriam sido feitos na Casa da Dinda, a moradia oficial do presidente em Brasília.
- Eu nunca os vi, não sei da vida deles. Não tenho interesse - disse a Rosane gaúcha, cujo bisavô seria irmão de Lindolfo Collor, avô do ex-presidente.
Vidas são muito diferentes
A vida de Rosane em Guaíba é bem diferente da ex-mulher de Fernando Collor. Tanto pelo padrão de vida, quanto pelo casamento: depois de 22 anos de união, Rosane e Fernando se separaram. Já a dona de casa vive há 22 anos com Paulo César Ghisio, 42 anos - outra coincidência, já que o mecânico industrial tem o mesmo nome do tesoureiro das campanhas de Collor, Paulo César Farias - e é muito feliz. A família fica completa com o filho Guilherme Collor Ghisio, 20 anos.
"A felicidade está nas pessoas"
Depois de atuar numa empresa de defensivos agrícolas, há seis anos a Rosane gaúcha deixou o mercado de trabalho e passou a cuidar da família e da saúde. Há 24 anos, ela trata de lúpus (doença autoimune). No dia a dia, se divide entre as lidas domésticas - a moradia simples aos poucos foi substituída por uma casa bonita e bem decorada, construída "com muito sacrifício e muita luta" -, a ginástica, alguma saída para compras e outras atividades comuns.
Vida seguirá como sempre
- Não preciso de muito dinheiro para ser feliz. A felicidade está nas pessoas - defende.
Discreta, a xará da ex-primeira-dama gosta do anonimato e sabe que, assim que o assunto esfriar, seguirá sua vida da mesma maneira. Antes, questiona:
- Se fosse possível ter uma renda dessas (a pensão de R$ 18 mil mensais), quem não gostaria?
A Rosane de Brasília
Em março de 1990, aos 26 anos, Rosane Collor de Mello tornou-se primeira-dama do Brasil. Em 2000, foi condenada por corrupção, durante sua gestão na presidência da Legião Brasileira de Assistência (1991). Ela se divorciou de Collor em 2005.