Por meio do artesanato, 240 crianças e adolescentes atendidos no Centro Social Padre Pedro Leonardi, na Restinga Velha, estão confirmando a importância das lições de sustentabilidade que vêm aprendendo há dois anos. As tampas coloridas de embalagens de iogurte, por exemplo, não são mais descartadas, dão vida a uma simpática centopeia. Já a garrafa pet, que pode ser reaproveitada integralmente, de diversas formas, se transformou ontem em um antigo brinquedo, porém reeditado e sustentável: um bilboquê.

- Nós trabalhamos o lixo e a separação, a preservação do solo, da água, as mudanças do clima - explica a educadora Ana Carolina Bernardes de Souza.

A educação ambiental passou a fazer parte do currículo do Serviço de Apoio Socioeducativo (Sase) pela percepção de que deslizes como jogar lixo no chão, desconhecer a origem dos alagamentos e a importância do esgoto eram comuns para a criançada. Agora, alunos de seis a 14 anos, como Eduardo Floriano Tavares, oito anos, expressam com clareza o que apreendem nas aulas:

- As árvores limpam o nosso ar e são importantes. Temos que separar o lixo porque aí fica mais fácil de cuidar do planeta. A gente separa para fazer coisas novas com as coisas velhas.

Conforme a educadora, o retorno das famílias é positivo. Alunos entusiasmados com o ambiente tornam-se multiplicadores da consciência ambiental, passam as orientações aos pais e fiscalizam também suas atitudes.

- Nunca se deve colocar o lixo no chão! - dispara Stephani Quadros dos Santos, nove anos.

Alunos cultivam uma horta

Lidando com materiais recicláveis desde 1978, a educadora Maria Lúcia Fabricio Ribeiro destaca que a oficina pode ser o início de uma carreira no artesanato. A educadora vibra ao perceber a receptividade dos alunos com as peças produzidas e exibe as artes com orgulho pela sala.

Além da teoria e da oficina de artesanato, a criançada mantém uma horta no pátio do centro social. Salsa, alecrim, alho poró, alface, radite e beterraba, são algumas delícias cultivadas e consumidas pelos pequenos.