Campanha da EPTC
Pedestres com fones de ouvido correm mais riscos de atropelamentos
As pessoas ficam ainda mais distraídas e podem ser atropeladas ao atravessarem a rua
A música pode ser um bálsamo para quem precisa desanuviar as ideias, espairecer e desviar dos problemas. Mas essa saudável distração, somada ao trânsito agitado da Capital, pode resultar em uma combinação perigosa: pedestres com fones de ouvido correm mais riscos de atropelamentos, conforme constatação da EPTC.
Marcelo Madruga, da Gerência de Educação para o Trânsito da EPTC, explica que quem usa fones para escutar música perde a atenção auditiva - não repara nos sons do trânsito, como buzinas, freadas, aproximação de ambulâncias, por exemplo, além de não perceber possíveis alertas em relação à segurança (fica mais vulnerável a assaltos e furtos). Já o pedestre que utiliza o celular para envio de SMS, para acessar as redes sociais ou outras tecnologias no telefone, perde também a atenção visual.
- A pessoa pode usar a tecnologia, mas de forma segura. O fone pode ser usado apenas em um ouvido. Para enviar a mensagem, o ideal é parar em local seguro - observa Marcelo.
Não ouviu a buzina
Para o guarda municipal Flávio Luís Santos dos Santos, 47 anos, ouvir música enquanto se desloca pelas ruas não atrapalha a concentração no trânsito.
- Não me atrapalha porque uso o fone em um ouvido só e com o volume baixo - disse Flávio, que prefere ouvir pagode lento, para espairecer.
O garçom Everton Daniel Silva da Luz, 28 anos, também não vê problema em usar fones enquanto caminha.
- Já estou acostumado a andar no Centro e o som não é tão alto que eu não consiga ouvir (o barulho dos carros).
Já o auxiliar administrativo Gabriel Lemos, 22 anos, revela que quase foi atropelado enquanto fazia uma travessia usando fones nos dois ouvidos e no volume máximo.
- Eu não ouvi a buzina do motorista e depois ouvi xingamentos - contou Gabriel, que também costuma falar ao celular com os fones.
Saiba mais
- O pedestre que gera maior preocupação à EPTC é o idoso, mas é crescente a preocupação também com os jovens, que mais utilizam celulares tanto para ouvir música quanto para enviar mensagens e acessar a internet.
- Mesmo com a redução dos índices de acidentes no primeiro semestre de 2012 na Capital, os atropelamentos envolveram 646 pessoas (150 por motos), com 11 mortes.
- Nas ações programadas para 8 de agosto, Dia do Pedestre, os agentes de educação para o trânsito da EPTC vão reforçar o alerta a quem caminha com fones de ouvido. Na oportunidade, a empresa pretende divulgar material educativo, distribuir adesivos e camisetas.