Todos na chuva!
Paradas de ônibus não têm cobertura na Capital
A semana começou com um balé de guarda-chuvas nas paradas de ônibus sem cobertura da Avenida Salgado Filho, no Centro da Capital. No sentido bairro-Centro, a calçada da via tem 15 terminais. Nenhum deles com proteção
Dependendo da direção do vento, passageiros que esperavam o coletivo naquela avenida e em parte da Borges de Medeiros mudavam a posição do guarda-chuva para se protegerem. Mas não adiantava. A chuva fininha só parava de molhar o usuário quando ele embarcava.
Outros enfiavam-se embaixo das marquises dos prédios, formando filas que, nas horas de pico, tomavam a frente de pontos comerciais, para desespero dos donos.
Na parada do Alameda (linha 347), que leva ao Bairro Partenon, a microempresária Maria Aparecida Neves, 48 anos, teve de inclinar a sombrinha até a altura do ombro para evitar que o neto Ryan, quatro anos, se molhasse.
- Quando chove, a gente tem que trazer a sombrinha ou então ir pra baixo das marquises - afirmou.
Avó e neta pegaram chuva
Perto dali, a cozinheira Dorilde da Silva, 43 anos, e a neta Giovana, seis anos, decidiram ficar na chuva para não perder o lugar na fila do terminal do Santa Catarina (linha 345).
- Seria bom ter uma parada com cobertura - disse a avó.
Na Avenida Borges de Medeiros, no sentido Centro-bairro, a situação se repete. Entre as ruas Andrade Neves e Jerônimo Coelho, nenhuma parada tem cobertura.
EPTC promete reavaliar
É difícil explicar por que existem paradas com cobertura de um lado da Avenida Salgado Filho e de outro, não. Segundo o diretor-presidente, Vanderlei Cappellari, um dos critérios é a dificuldade alegada por comerciantes, que teriam a visão de suas lojas bloqueada parcialmente. Além disso, moradores temem que o mobiliário sirva para ladrões alcançarem a parte superior dos prédios (considerando a posição e altura das paradas e a distância até as marquises, isto é quase impossível). Aliás, no outro lado da avenida, no sentido Centro-bairro, em que também há pontos comerciais, os passageiros têm proteção.
- Temos modelos de paradas mais simples, que podem ser usados nestes locais. O problema é que são muitos terminais ali - adianta Cappellari.
Ele afirma, porém, que a EPTC irá reavaliar a situação nas duas vias.