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Avô do torpedo

Telegrama se rende à tecnologia

Uma antiga forma de comunicação se moderniza, mas continua chegando às nossas casas como se vivêssemos no século passado: pelas mãos de um carteiro

02/08/2012 - 06h56min

Atualizada em: 02/08/2012 - 06h56min


Em tempos modernos, 93% dos telegrama são feitos pela internet

O serviço de recados dos Correios, o velho e bom telegrama, se rendeu à tecnologia para para evitar a extinção. Na era das mensagens por celular, e-mail, chats e redes sociais, as solicitações passaram a ser feitas pela internet. Hoje, a maioria dos pedidos entra por computador. O número de registros por telefone é pequeno, e aqueles feitos pessoalmente numa agência são insignificantes.

Embora não tenha a praticidade e agilidade dos meios eletrônicos, o telegrama tem uma grande vantagem sobre os concorrentes: valor legal. O destinatário da mensagem tem que assinar para receber o documento. Já o dono de um celular ou de uma conta de e-mail pode simplesmente dizer que não recebeu a mensagem.

Entrega em até quatro horas

Segundo o coordenador do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) da região Centro da Capital, Elmar Brendel, após o registro do pedido, a mensagem é entregue ao destinatário em até quatro horas. Quando a solicitação entra depois das 17h, a entrega é feita na manhã seguinte. Em Porto Alegre, os Correios têm outros dois centros de distribuição, nos bairros Cavalhada e Vila Jardim.

- Entregamos de 300 a 500 telegramas por dia, contamos com oito carteiros - seis deles, com moto - explica Elmar.

Órgãos públicos e empresas

Com a ascensão das mídias digitais, que oferecem a possibilidade de trocar mensagens e de falar com as pessoas em tempo real, quase ninguém manda mais felicitações ou condolências por telegrama. O serviço é muito usado por empresas e órgãos públicos para fazer convocações, citar partes em processos, entre outros casos semelhantes. EDUARDO RODRIGUES

Cartas à moda antiga

Enquanto muitas pessoas enviam telegramas e se comunicam pela internet, há outras, como a dona de casa Maria Lunardi Kling, 81 anos, que mantêm o velho hábito de escrever as correspondências a mão e postá-las nas agências dos Correios. Avessa às facilidades do mundo digital, Maria redige de próprio punho mensagens endereçadas a jornais da Capital, amigos e parentes distantes.

Com a letra cursiva dos tempos de escola, ela vai preenchendo as linhas da folha em branco com a maior naturalidade. Quando não está com a Bic na mão, Maria usa uma velha máquina de escrever Remington da família.

- Não gosto de computador. Sempre tive letra bonita, por isso prefiro escrever a mão - justifica Maria.


Como enviar

- Pelo site dos Correios (www.correios.com.br), a mensagem vai direto para uma central mais próxima do Cep de destino, onde é impressa, envelopada e entregue.

- Por telefone: 0800-7257282 ou 0300-30100.

- Pessoalmente na agência.

- O pagamento pode ser feito com cartão de crédito, em dinheiro ou por fatura (pessoa jurídica).

- Desde maio de 2011, não são mais aceitos telegramas para cobrança em conta telefônica.

Preços no Estado

- Pela internet: R$ 6,64

- Por telefone: R$ 10,96

- Na agência: R$ 9,61

O processo

- No CDD do Centro, quatro pessoas atuam na captação e baixa. O telegrama é impresso numa máquina e dobrado em outra. Depois, pelas mãos de José Souza dos Santos, 55 anos, operador de triagem e transbordo, o papel é colado e separado por região. Por fim, os telegrama são entregues pelos carteiros. Cada um entrega de dez a 20 por dia.


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