Obra sem fim
Camelódromo da Tinga? Só com a ajuda do Papai Noel
Conclusão da obra do Centro Popular de Compras da Restinga foi adiada pela terceira vez. Comerciantes temem que não fique pronta antes do Natal
A expectativa de atender em novo endereço no Natal já não existe mais para boa parte dos camelôs da Restinga. O ritmo lento das obras do Centro Popular de Compras, o Camelódromo da Zona Sul, é a origem do pessimismo.
A perda do ânimo dos comerciantes procede: a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) confirmou ontem que a conclusão da obra, prevista primeiro para outubro, depois para novembro, vai atrasar novamente. Foi encaminhado à Smov um aditivo para ampliação de prazo e de complemento de valor da obra. A previsão de entrega é de 30 a 40 dias e custará R$ 118 mil a mais.
Alvenaria já está pronta
- Está devagarzinho. Não parou (a obra), mas está bem lenta. Teriam que entregar no mês que vem para dar tempo de instalarmos as coisas. Se não for entregue em novembro, que seja só em fevereiro, porque se não vai atrapalhar as vendas - observa Alfredo Pereira, 51 anos, representante dos camelôs da Estrada João Antônio da Silveira.
Segundo a Smic, a parte de alvenaria e as instalações hidrossanitárias estão prontas. No momento, estão sendo feitos acabamentos e começou a instalação da estrutura de sustentação da cobertura.
Projeto foi alterado
A secretaria reconhece o atraso (por conta das chuvas) e explica que o projeto teve de ser alterado mais uma vez, agora por conta da estrutura das bancas, para oferecer mais segurança às mercadorias. Inicialmente, seriam 53 bancas mas, depois da reformulação, serão 49. As bancas terão modelo gaiola, semelhantes ao do Camelódromo do Centro. A licitação para esse sistema está em andamento.
- Ficaram de entregar em dezembro, mas a gente não vê a movimentação. Está demorado - comenta Rosane Azambuja, 53 anos, 20 deles trabalhando numa banca às margens da Estrada João Antônio da Silveira.
Tamanho das bancas é problema
A metragem das bancas no novo Camelódromo, 2m por 2,5m, é o principal motivo de descontentamento dos comerciantes das bancas da Rua Tenente Arizoly Fagundes.
De acordo com Oraci Santos, 49 anos, que há dez trabalha no local, ficou combinado com a Smic que os comerciantes poderiam optar entre permanecer ou ir para o Camelódromo.
- A gente ainda não sabe o que vai acontecer, mas eu não gostaria de sair. O ponto lá deve ser melhor, mas aqui tem estacionamento, mercado perto, temos clientela. Lá será um espaço muito pequeno.
Trabalhando há 21 anos em sua banca, Cláudio Azambuja, 48 anos, concorda com o colega:
- Lá em cima (Camelódromo) com certeza seria melhor, mas o problema é o espaço. Eu prefiro ficar por aqui.
A Smic afirma que todos os comerciantes cadastrados serão transferidos para o Centro Popular de Compras da Restinga.