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Botijão em falta

Revendas temem escassez de gás

Dificuldade seria por conta da distribuição de gasolina, que foi afetada devido ao mau tempo

18/10/2012 - 07h40min

Atualizada em: 18/10/2012 - 07h40min


Reposição de botijões causa preocupação

Além do risco de desabastecimento de gasolina, o Rio Grande do Sul pode sofrer também com a escassez do gás de cozinha. Ontem, revendedoras de GLP contatadas pelo Diário Gaúcho demonstravam preocupação com o fornecimento do produto, pois estariam recebendo quantidades menores que as solicitadas.

- A sorte é que não é início de mês, senão estaríamos sem gás. Eu tinha mais de 70 botijões vazios e só me deixaram 25 de reposição. Dizem que não tem gás na distribuidora - relata o proprietário da Confiança Gás, Fabiano Ramos Raldi, na Zona Norte.

No Bairro Bom Jesus, o gerente da Master Gás, Tiago Rafael Pinto, também fez uma afirmação semelhante, apesar de receber o produto de outra distribuidora.

- O estoque está sendo dividido pela distribuidora, pois "não tem gás pra todo mundo". As revendedoras que recebem em um dia, não recebem em outro - explica.

Versões diferentes

Entre os sindicatos, as informações são divergentes. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), afirma que não há problema de fornecimento do produto. O mesmo dado é confirmado pelo Sindicato das Empresas Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral no Estado do RS (Singasul).

- Eu desconheço essa informação, não entendo por que haveria problemas no abastecimento - afirma o presidente Ronaldo Tonet.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo no RS (Sitramico), Angelo Martins, tem uma versão diferente.

Segundo ele, cerca de 40% do gás distribuído no Estado é fornecido pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, que enfrenta dificuldades nesse processo.

Petróleo não é descarregado

- É um problema de refino, porque o petróleo não está sendo descarregado no terminal de Tramandaí e não dá para bombear para a refinaria - explica.

Em função disso, diz Angelo, as distribuidoras estariam controlando os estoques, até que a situação seja resolvida. Contatadas pela reportagem, porém, todas afirmam que não enfrentam problemas no abastecimento.

Qual seria a causa do problema?

O abastecimento de gás estaria prejudicado pelo mesmo problema que afeta a distribuição de gasolina: dificuldade de os navios que trazem o produto ao Estado se conectarem à monoboia (estrutura flutuante ancorada em mar aberto, que permite a amarração de navios para descarga por meio de tubulação submarina) da Petrobras em Tramandaí, no Litoral Norte, por causa do mau tempo.

De Tramandaí, o produto é transportado, por dutos, para a Refap, em Canoas, que refina o petróleo e distribui os derivados, como o gás.


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