Delícia
Vai um pastel aí? Equipe do DG foi em busca do melhor lanche
A romaria em busca dos melhores teve o auxílio dos leitores, que enviaram suas dicas
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Doce ou salgado, na forma de meia-lua ou do tamanho de um leque, o lanchinho adorado pelos brasileiros evoluiu para o estágio de iguaria, tamanha a variedade de recheios e temperos usados hoje. Seguindo o desafio lançado pelo escritor - e fã de pastéis - Luís Fernando Verissimo, o Diário Gaúcho foi às ruas em busca daquela massa crocante, fina e recheada que se come lentamente - e que agrada
a todas as classes sociais.
A romaria em busca dos melhores pastéis teve o auxílio dos leitores, que enviaram suas dicas.
Confira as dicas de pastelarias enviadas pelos internautas em www.diariogaucho.com.br/mural
Pastelaria Come Quieto
Em um pequeno espaço reservado da Pastelaria Come Quieto, na Zona Norte da Capital, é produzido o grande segredo do carro-chefe da casa: uma massa leve, mas consistente e macia, que envolve o generoso recheio dos pastéis. Os médios custam a partir de R$ 2,50, mas a atração é o pastelão, a R$ 3,80 - a reportagem provou um à Moda da Casa, que combina carne, frango, queijo, calabresa, ovo, tomate e orégano.
Os sabores se integram bem e a massa não absorve gordura. O pastel tem formato de uma grande meia-lua e o recheio é bem honesto. Por essas qualidades que, há 17 anos, o proprietário João Carlos Marchett, 52 anos, sabe que esse será o lanche mais pedido pela clientela.
Onde fica: Avenida Assis Brasil, 1978
The Best Pastel
Além dos tradicionais pasteis em formato de meia-lua, de carne, frango e queijo, na lancheria The Best Pastel, na Zona Sul da Capital, você pode provar o "apaixonado" (coração com catupiry ou queijo) ou o "The Best": bacon, catupiry e queijo - uma combinação forte e calórica. Os preços variam entre R$ 2,70 e
R$ 4.
De acordo com o dono, Cristiano Oliveira Leivas, a pastelaria abriu há nove anos, exclusivamente servindo a iguaria. A clientela fiel elogia a massa caseira, fina e sequinha do pastel. Outra vantagem é que, por ser feito e frito na hora, o cliente pode montar o seu próprio pastel, misturando os recheios.
A reportagem provou o tradicional de carne, com ovo - a massa realmente é o ponto forte do pastel, por ser sequinha e leve, e o recheio tem um molhinho saboroso.
Onde fica: Avenida Cavalhada, 3581
Chrusko's
Há 30 anos, eles vendem pasteis finos e saborosos do tamanho de um leque. O de carne com ovo e o de frango são os mais pedidos, num cardápio de apenas seis opções. A massa caseira crocante e o recheio na medida certa são o diferencial.
- A massa caseira, nosso tempero, a forma de fazer, tudo ajuda - diz o pasteleiro Mateus Ristter, 22 anos.
Fritado a uma temperatura de 150ºC, em não mais do que dois minutos, é um lanche que satisfaz sem encher e deixa um gostinho de quero mais.
Onde fica: Rua José Montaury, Centro.
Pastel com Borda
Se um pastel simples de mussarela e bacon se come de olhos fechados, imagine um com outro tipo de recheio e borda de cheddar ou catupiry? Na Pastel com Borda você pode experimentar esse e outros sabores em seis formatos diferentes: meia-lua, petisco, rodoviária, refeição - com 14cm de largura por 20cm de comprimento -, grelhado e pastel com borda. A reportagem provou o de mussarela com bacon e o mexicano, recheado com feijão vermelho com chili (pimenta mexicana), carne moída, queijo mussarela e tomate picado. Detalhe, no formato retangular.
Onde fica: Avenida Cristóvão Colombo, 245, Bairro Floresta.
Parada Expressa
De bom tamanho e com um recheio na medida certa, o pastel de carne temperado com cebolinha, salsinha, pimentão e orégano da Lancheria Parada Expressa satisfaz qualquer cliente. Mesmo não sendo caseira, a massa tem boa qualidade e o pastel, depois de frito, permanece sequinho e crocante. A proprietária - e também pasteleira - Ivete Puton, 34 anos, faz cerca de 80 por dia. Ela não confessa o segredo que faz do lanche um dos campeões de venda do ponto, mas dá algumas dicas:
- O pessoal adora, fala muito bem. Eles até reclamam que tem muita carne. Preparo o recheio todos os dias pela manhã.
Onde fica: Rua Nilo Wulf, ao lado do terminal de ônibus da Restinga
Arte do Pastel
A opção de escolher um dos sabores mais pedidos na Arte do Pastel foi certeira: com recheio generoso, bem temperado e cremoso, o pastel de frango com catupiry, ao custo de R$ 4, é uma opção que deve agradar aos paladares mais exigentes. Mas a clientela pode ser criativa: há mais de 40 sabores, com várias combinações, com preços entre R$ 3,50 e R$ 5.
Em um formato retangular, ele tem uma massa crocante e fininha. Não é gorduroso. O capricho e o bom atendimento são fruto do trabalho de Acélia Konzen, 47 anos, proprietária do local há cinco anos.
Onde fica: Avenida São Pedro, 921, Bairro São Geraldo
Pastel de feira
Aproveitando a fama dos pastéis de feira de São Paulo, na Feira Modelo há também pastéis fritos na hora. Por R$ 2,75, o visitante saboreia um pastel em formato retangular, grande e recheado nos sabores carne, frango, queijo, calabresa ou pizza. Emerson Barbosa Corrêa é de Alvorada e há quatro anos oferece, além de massas, saborosos pasteis de massa caseira. São pelo menos 300 em dias de semana (quartas ao lado da Rótula do Papa, quintas no Bairro Humaitá) e 380 nos fins de semana (sábado na Rótula do Papa e domingo na Avenida Otto Niemayer). A reportagem provou o tradicional de carne e também o de pizza. A massa é crocante, e o recheio, saboroso.
Chamilly Bar
Está com fome? Mas muita fome mesmo? Então, um pastel do Chamilly Bar e Restaurante vai satisfazer a sua vontade. O de carne com ovo, tamanho médio, escolhido pela reportagem, custa R$ 5,50 e pode servir duas pessoas. Metade dele ocupa um prato comum e o recheio preenche bem a massa crocante.
Com esse tamanho todo, em formato retangular é compreensível que absorva mais gordura. Nada, porém, que comprometa o sabor. Feito para comer de garfo e faca, o pastel, diz a dona, é o maior da cidade.
- Os antigos donos me ensinaram a fazer, porque aqui já era uma pastelaria. Sai muito bem - conta Franciele Casagranda, 22 anos, proprietária do local há seis meses.
Onde fica: Avenida Presidente Franklin Delano Roosevelt, 1497, Bairro Floresta
Paladar de escritor
Na coluna Confissão de um sócio atleta, publicada em 7 de agosto de 2011 em Zero Hora, o escritor Luís Fernando Verissimo revela a origem de sua adoração por pastéis. Leia um trecho:
- Com meus quatro ou cinco anos de idade, ganhei um carrinho em miniatura, daqueles em que as partes de um carro de verdade são minuciosamente reproduzidas, provavelmente importado e certamente caro. Estava brincando com o carrinho na frente da casa da minha avó quando passou um garoto com um balaio vendendo pastéis de carne. O garoto me propôs uma troca: um pastel pelo carrinho. Aceitei na hora. Com quatro ou cinco anos de idade, defini minhas prioridades para o resto da vida. Até hoje acho que foi uma boa troca. E ainda dou qualquer coisa por um bom pastel de carne. Estou fazendo "mmmmm" até agora.
Origem controversa
Existe mais de uma versão para a existência do pastel. Segundo o Centro de Pesquisas em Gastronomia Brasileira, o pastel tipicamente brasileiro, frito, é originário da Europa. Na Idade Média, as receitas de massas recheadas eram levadas ao forno. A ideia de fritar o pastel teria surgido na Península Ibérica, no fim desse período. No entanto, há quem diga que o pastel é derivado do tradicional Rolinho Primavera da culinária chinesa e do gyosa japonês.
Confira no mapa os endereços das lancherias citadas nesta reportagem: