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Assis Brasil

Avenida de muitas compras

Via da Zona Norte da Capital é um polo comercial diversificado nos produtos e democrático nos preços

26/11/2012 - 07h31min

Atualizada em: 26/11/2012 - 07h31min


Rosa de Souza já está de olho no Natal

Uma das principais vias de escoamento do trânsito na Zona Norte da Capital, com acesso à freeway, de um lado, e a Alvorada, de outro, a Avenida Assis Brasil tem outra característica peculiar: é um polo comercial diversificado nos produtos e democrático nos preços.

Nos seus 11,1km de extensão, encontra-se um pouco de tudo: de parafusos a camionetes importadas, de objetos para decoração a móveis e eletrodomésticos. Uma infinidade de produtos que satisfazem consumidores de todas as faixas de renda e níveis sociais.

Dividida em segmentos

Em alguns trechos, a via é segmentada. Perto do viaduto Obirici ficam os bazares, as lojinhas de confecções e os camelôs. Entre as avenidas do Forte e Sertório, concentram-se várias revendas de automóveis, imobiliárias e lojas de materiais de construção. Há, também, uma variada cadeia de bares, lancherias, restaurantes e serviços. Para a agente de viagem aposentada Elisabeth Fraga, 60 anos, estas opções fazem da avenida um paraíso do consumo.

- Aqui tem de tudo. A única coisa que estava faltando era um shopping, mas agora tem - lembra Elisabeth, que mora há 36 anos nas imediações da avenida.

Movimento aumentou

Após a inauguração do Shopping Bourbon Wallig, em abril deste ano, a Assis Brasil passou a atrair um público maior, para alegria de lojistas do novo empreendimento e do comércio de calçada, principal característica da via. E, segundo os comerciantes, o movimento não cresceu apenas entre pedestres e usuários do transporte coletivo que desembarcam nas paradas da avenida. A circulação de veículos, especialmente no entorno do shopping, também está maior.

Gerente da Moda Fácil, uma loja de confecção feminina que veste da adolescente à senhora, Maiara Manganelli, 22 anos, percebeu esta mudança.

- O Bourbon Wallig trouxe mais público para a Assis Brasil. Quem não acha nada lá, acaba comprando nas lojas de rua - afirma Maiara.

Negócios em família

Começou como uma simples lojinha de R$ 1,99 e hoje é um grande armazém de produtos, incluindo a venda de ferramentas e material elétrico. Na Ferragem e Bazar Francis, os clientes encontram itens que custam de R$ 2 a mais de R$ 100. Romilto Borges Brambila, 47 anos, e outros dois irmãos, comandam o negócio familiar há 16 anos. Primeiro, era uma lojinha. Depois, compraram uma ferragem tradicional no bairro Passo D'Areia. Por fim, se mudaram para um espaço maior, agregando novos produtos. Embora seja gerida por membros da mesma família, a Ferragem conta com oito funcionários.

- Nosso público é aquele que está de passagem, que sai de casa para vir ao banco e dá uma passadinha aqui. Temos de flor à calcinha, de tinta a chinelo - revela Romilto.

Curiosidades

População: cerca de 45 mil habitantes
Número de domicílios: 17 mil
Renda média familiar: R$ 4,4 mil
Em área física ocupada no comércio, há uma supremacia de supermercados, representando em torno de 23% do total. Lanchonetes e restaurantes representam 11%, e materiais de construção, 7%.
Existem poucas lojas de artigos infantis, cama, mesa e banho, eletrodomésticos e informática.

Fonte: dados de uma pesquisa de Análise Setorial do Varejo realizada pela CDL Porto Alegre.

Camelôs com ponto fixo

Sentada à espera de clientes numa manhã de sol forte, a camelô Rosa Maria de Souza, 61 anos, se protege na sombra projetada pelas roupas penduradas no expositor. A aposentada vende saias, vestidos e blusas de tecidos leves para usar no verão e eletrônicos (carregador de celular, controle remoto e relógios). Há 20 anos no mesmo ponto, ao lado de uma agência bancária, Rosa diz que a maré anda baixa, mas a onda do Natal deverá encher o caixa de novo.

- É um ponto bom, conheço todo mundo e todo mundo me conhece aqui, mas espero que as vendas melhorem até o Natal - afirmou Rosa.

Embora nem todos tenham o alvará da prefeitura, a atividade é tolerada pela fiscalização. Segundo a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), existem 50 ambulantes cadastrados para trabalhar na avenida.


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