Prefeituras apertam o cinto
Sem dinheiro, a bola não vai rolar em Viamão
Contenção de gastos fez prefeitura cortar verbas para torneio de futebol amador. Rodada deste fim de semana foi suspensa
Pelos menos 1,2 mil atletas de 42 times amadores de diversas categorias de Viamão correm o risco de ficar sem o futebol de final de semana. O motivo é o corte de gastos na secretarias para que o atual gestor, o prefeito Alex Boscaini, consiga terminar o mandato sem entrar no vermelho e não seja enquadrado pelas Leis da Responsabilidade Fiscal e da Ficha Limpa.
Diante da orientação de passar a tesoura em investimentos, a Secretaria Municipal de Educação suspendeu a verba de R$ 7,9 mil destinada ao 6º Encontro Viamonense de Futebol Amador (Evifam).
Verba foi suprimida
A verba seria usada, principalmente, para o pagamento de arbitragem. Mas o campeonato começou no dia 30 de outubro e o dinheiro não chegou.
- Veio o pedido para que todas as secretarias fizessem análise do que poderia ser cortado de gastos. E, feita essa análise, poderia ser suprimida essa verba - explica o secretário de Esportes, Alexandre Godoy.
A justificativa de Alexandre é de que a Associação Viamonense de Esportes (Avesp) teria recebido uma verba estadual para o campeonato, e, por isso, não haveria tantos prejuízos. O presidente da Avesp, Valdir Maciel Lemos, 57 anos, nega essa afirmação e rebate:
- Não recebemos verba nenhuma.
Novidades na segunda-feira
Diante do impasse, foi realizada uma reunião na manhã de ontem com a presença do secretário, do presidente da associação e de representantes de alguns clubes. A rodada do final de semana está suspensa. E, na próxima semana, a história promete ter mais um capítulo.
- O secretário ficou de ver até segunda se consegue a verba e nos dar um retorno.
A versão de Alexandre é um pouquinho diferente:
- Vou verificar a possibilidade de usar os complementos de R$ 3 mil, que seriam para a premiação, para pagar a arbitragem. Não ficamos com nenhuma obrigatoriedade.
Gurizada fica na vontade
Presidente do time de futebol Oriente, que conta com crianças e jovens acolhidos no projeto social da Tia Lolô, Sidnei Pinheiro Martins, 53 anos, percebe no dia a dia o impacto da falta de verbas da prefeitura. Pelo menos 22 meninos com cerca de 12 anos terão de segurar a fome de bola em função da indefinição.
- A gente tá com o time pronto, fardamento, tudo na mão. Eles estão todos chateados, é o único futebolzinho que eles têm - lamenta.