Adaptação
Última chamada para curso de motofretistas
EPTC reforça pedido para motoboys se adequarem às novas exigências para a prestação do serviço. A partir de fevereiro, condutor será autuado e veículo, recolhido
Não dá mais para adiar. Se você é motoboy e ainda não fez o curso para o transporte remunerado de cargas (motofrete), prepare-se. A partir de 2 de fevereiro, o condutor que não portar o certificado de conclusão e não estiver com o veículo adaptado às novas exigências será autuado. E a moto, recolhida. Há dois meses do fim do prazo, o quadro é desolador. Dos cerca de 25 mil motofretistas da Capital (dados do Detran), apenas 4 mil possuem a formação.
A EPTC, em parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte e o Sindicato dos Motoboys (Sindimoto), oferece mil vagas gratuitas até 30 de janeiro.
Baixa procura por vagas
Porém, até agora, somente 200 trabalhadores concluíram as aulas e outros cem estão inscritos. As aulas podem ser frequentadas até nos finais de semana, mas nem isto tem atraído a categoria.
- Trabalho de dia e estudo à noite, vou ter que encontrar tempo no fim de semana para fazer - afirmou o motoboy Jéferson Cabral, 23 anos.
Equipamentos são exigidos
Além do curso especializado para os condutores, o Conselho Nacional de Trânsito exige itens de segurança como colete, capacete com refletivo, placa vermelha, protetor de perna (mata-cachorro) e antena corta-pipa, além de o condutor ter habilitação há mais de dois anos. O prazo de início da fiscalização já foi adiado duas vezes pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A coordenadora de Educação para o Trânsito da EPTC Léa Ferrão faz um alerta:
- A expectativa é de que ele não seja prorrogado de novo.
O que diz a legislação
Os cursos são uma exigência da Resolução 410/12 do Conselho Nacional de Trânsito, que torna obrigatória a apresentação do certificado a partir de 2 de fevereiro de 2013 para todos os profissionais do transporte de mercadorias com motocicletas.
Preço entre R$ 140 e R$ 200
Algumas empresas estão pagando o curso para seus funcionários. O Sest/Senat cobra R$ 170. Se o motoboy for de empresas de transporte de cargas filiadas à entidade, o valor baixa para R$ 140.
Na Capital, alguns CFCs também estão ministrando as aulas. No Touring, na Avenida João Pessoa, no Bairro Cidade Baixa, o preço é R$ 200, mas se o motofretista levar um amigo, o valor fica em R$ 170 para cada.
Corretos viraram alvo de chacota
Presidente do Sindicato dos Motoboys (Sindimoto/RS), Valter Ferreira lembra que o Denatran prorroga, por meio de resoluções, uma lei que existe desde 2009. O adiamento, segundo ele, provocou a desmobilização da categoria e um fato inusitado: motoboys que cumpriram a lei, pagando o curso e investindo em equipamentos, viraram alvo de chacota dos colegas:
- Eles diziam para os outros "tu pagou, mas não precisava".
Na manhã de segunda, agentes da EPTC abordaram motoboys no Centro. Dos 389 ouvidos, só 15 tinham feito o curso.
Saiba mais
Com cargas horárias de 30 horas aulas, o treinamento (teórico e prático) inclui conhecimentos de ética e cidadania; legislação, gestão de risco sobre duas rodas, segurança e saúde, procedimentos para o transporte de cargas e prática de pilotagem.
O Senat proporciona cursos nos três turnos, além de colocar à disposição aulas aos finais de semana.
Fala, motoboy!
- De repente, estou errado em deixar para a última hora. Comprei o colete e não uso porque não cobram, ando com ele dentro do baú.
Anderson Júnior, 31 anos
- Fiz em setembro, durante três dias, sempre nos finais de semana. Foi bastante produtivo.
Fábio Leandro Santos, 35 anos