Diário de Natal
A emoção de dona Berenice
A matriarca da família que o Diário acompanha nessa semana, mostrando os preparativos para a festa o dia 24, fala da sua emoção com a data

Quem conhece dona Berenice da Silva Trindade, 63 anos, logo entende por que a sala da casa dela está quase sempre cheia. A matriarca da família que o Diário Gaúcho acompanha essa semana, mostrando os preparativos para a festa de Natal, recebe a todos com muito carinho e serenidade.
Filhos, netos, bisnetos e vizinhos estão sempre por ali. Há seis décadas, quando tinha apenas três anos, dona Berenice foi morar na Barão do Amazonas. Ela tinha acabado de perder a mãe biológica e foi adotada pela madrinha. O Natal era bem diferente.
- Ela não fazia muita coisa, porque éramos só nós duas - lembra.
Mudanças com os filhos crescidos
O tempo passou, dona Berenice casou, teve os filhos e se mudou para a casa ao lado de onde morava com a madrinha. A nova residência foi doada por uma senhora e era um pouco maior para abrigar as seis crianças. O lar, assim como o Natal, foi mudando devagarinho.
- Eu fui conhecer Natal mesmo, de encher a mesa, depois que os meus filhos cresceram - recorda.
Quando eles ainda eram pequenos, as dificuldades financeiras não permitiam que ela comprasse os presentes que a turma pedia. Mas ela explicava e eles entendiam. Até porque o que nunca faltou nessa casa foi alegria.
- Eles gostavam de brincar bastante. Hoje eles continuam assim, sempre implicando um com o outro, se divertindo - conta, orgulhosa da família.
Pinheirinho está montado
As lembranças da festa de Natal na casa de dona Berenice estão registradas em fotos antigas, como uma recordação dos muitos momentos de comunhão em família. O que se destaca em boa parte delas, e na sala da casa também, é a árvore de Natal. Este ano, o pinheirinho ganhou bolinhas novas, luzinhas coloridas e até já apareceram alguns pacotes embaixo dele.
A tradição
Existem diversas lendas sobre o significado do pinheirinho de Natal. Uma delas, apresentada na exposição Lendas e Tradições de Natal, que está no Santander Cultural, na Capital, remete a uma tradição milenar, antes do nascimento de Cristo. Ela conta que povos indo-europeus (que formaram os atuais povos dos continentes da Ásia e da Europa) costumavam colocar enfeites nos galhos secos de árvores no inverno para atrair a vida que parecia tê-las abandonado.
Por influência cristã, o pinheiro tornou-se um símbolo natalino por excelência, já que não morre no inverno (quando o Natal é celebrado no Hemisfério Norte) e representa a vida que nunca se extingue, como Jesus.
No século 17, na Alemanha, surgiu a tradição de decorar a árvore com velas para representar o brilho da noite em que nasceu Jesus.