Tevê e camisas do Grêmio
Família faz rifa para realizar cirurgia e criança poder caminhar
Menina de Canoas tem paralisia cerebral e deformidade nas pernas que a impedem de andar. Procedimento, orçado em R$ 27 mil, precisa ser feito este mês
Vítima de paralisia cerebral que afetou a parte motora, Karine Silva Pereira, 11 anos, de Canoas, não consegue andar. Mesmo assim, demonstra uma alegria de viver que faz a gente acreditar que um dia entrará correndo dentro de casa e se jogará nos braços dos pais. Para que este sonho se concretize, a sorridente torcedora do Grêmio precisa fazer uma cirurgia para correção de deformidades ortopédicas nos membros inferiores.
Segundo o ortopedista pediátrico da Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD) da Capital, Rodrigo Mantovani, o procedimento precisa ser feito até o final deste mês. A cirurgia, que poderá ser realizada em um hospital de Caxias do Sul, custa R$ 27 mil, mas os pais não têm dinheiro. A renda mensal da família é de R$ 1.364. Se Karine não fizer a cirurgia, corre o risco de passar o resto de seus dias em cadeira de rodas.
Exemplo de superação
Nascida de uma gestação de trigêmeos, a loirinha de olhos azuis é um exemplo de superação. Aos quatro anos, um médico disse que ela teria vida vegetativa ou não sobreviveria à doença. Aos nove anos, porém, dispensou a sonda, que a alimentava, e o aparelho de oxigênio, que a ajudava a respirar.
Ao lembrar dessas vitórias, a mãe e dona de casa Cinara Padilha Silva, 43 anos, se emociona:
- A força que ela tem de viver é impressionante.
Primeiros passos no andador
Em casa, ao lado de outros quatro irmãos, Karine ensaia os primeiros passos com o auxílio de um andador e de uma órtese (dispositivo que ajuda a melhorar as funções móveis do corpo) tipo goteira, que evita a flexão exagerada dos joelhos. Também faz exercícios numa bicicleta adaptada. Aluna do terceiro ano do ensino fundamental numa escola municipal do Bairro Santo Operário, Karine sente-se integrada e querida por colegas e professores.
Luta em busca da cura
Cinara não mede esforços para ver a filha curada. Em junho, viajou a São Paulo para fazer um exame no laboratório de marcha na AACD. A prefeitura de Canoas deu as passagens. Com o dinheiro de uma rifa, a dona de casa pagou o hotel.
- O doutor Lauro Machado disse que ela precisa fazer a cirurgia de alongamento dos tendões nas pernas e colocar uma platina na perna esquerda até o final de dezembro - revelou a mãe, angustiada com o prazo curto para o procedimento.
Se fosse esperar pelo Sus, a menina não teria chance. Em Canoas, a reconsulta com o especialista ocorreria somente em fevereiro. Na Capital, a fila para consultas em ortopedia geral tem 1.100 pessoas. E só no Hospital Cristo Redentor, 300 pessoas aguardam por cirurgia ortopédica em membros inferiores.
Cinara ingressou com um pedido na Defensoria Pública da União, mas, até ontem, não havia obtido resposta.
Rifa é a última esperança
Para ajudar a gremista, a Torcida Geral do Grêmio e a mãe estão vendendo uma rifa. São dez mil números a R$ 3 cada. Se todos forem vendidos, ela consegue pagar a cirurgia. No domingo, mãe e filha foram ao Gre-Nal da despedida do Olímpico. Venderam 200 números. O sorteio de uma TV de Led 40 polegadas e de duas camisas tricolores, uma do zagueiro Werley e outra do meia Zé Roberto, autografadas, será no dia 22 de dezembro. Além disso, na quinta-feira, haverá uma festa beneficente com a participação de jogadores do Grêmio no Hangar Alcapone Pub e Restaurante, no Canoas Shopping.
- O dinheiro arrecadado será revertido para a família - garantiu um dos líderes da Geral, Cristiano Brum.
Como ajudar
Para comprar a rifa ou ajudar de outra maneira, ligue para (51) 3463-4025 ou (51) 9867-4447, com Cinara.
A Torcida Geral do Grêmio atende de segunda a sábado, das 14h às 19h, pelo telefone (51) 3085-5006.