Mega-Sena
Uma aposta, vários destinos
Aposta da virada, que sorteará um prêmio estimado de mais de R$ 180 milhões, anima quem sonha com a bolada
Eles sonham alto, mas não estão com a cabeça nas nuvens. Pelo menos não estavam até a hora do sorteio da Mega-Sena acumulada, realizado ontem à noite. Se não levaram a bolada de R$ 40 milhões, e se tornaram os novos milionários da praça, há outras chances. Para eles e para milhares de outros brasileiros sonhadores. Amanhã, no sábado e no dia 31, data da Mega da Virada, que sorteará um prêmio estimado em mais de R$ 180 milhões.
O valor dá asas à imaginação dos apostadores da Capital, que sonham cruzar o Atlântico a bordo de um avião. O vendedor de bilhetes lotéricos Fidélis di Maio, 73 anos, que já ganhou três vezes na Loteria Federal, usaria parte da fortuna para conhecer a Capadócia, na Turquia, a dona de casa Thereza Poletto Porto, 74, gostaria de desembarcar em Paris, na França, e o pedreiro Luís Carlos Franco, 50 anos, quer encantar com as luzes de néon de Tóquio, no Japão.
Um harém na Capadócia
Noveleiro e apostador de longa data, Fidélis torce para que os números o conduzam à região turca conhecida por ser a terra de belos cavalos e por sua planície lunar. Mas o interesse desse sortudo passa longe da beleza dos animais e da paisagem mostrada pela novela Salve Jorge da Rede Globo. E para provar que assiste ao folhetim, Fidélis emenda: não trocaria Ayla (Tânia Khalill) por Bianca (Cléo Pires), como fez Zyah (Domingos Montagner), mas ampliaria o leque de opções.
- Vou me mandar pra Capadócia e formar um harém - ri o vendedor, lembrando uma característica histórica dos povos de cultura árabe.
Com as japonesinhas
De folga, o pedreiro Luís Carlos Franco, 50 anos, entrou na fila para ficar milionário. Se ganhar a bolada sozinho e aplicar o valor na poupança, Luís poderá sacar R$ 200 mil por mês - valor bem superior aos cerca de R$ 1 mil que recebe a cada 30 dias, assentando tijolos sob uma temperatura capaz de derreter cimento. Para ganhar esse montante, o pedreiro teria de trabalhar 16 anos e meio.
Como os outros apostadores, Luís também pretende viajar. Ele quer ver de perto as mulheres de olhinhos puxados.
- Pretendo ir para o Japão, quero conhecer Tóquio e as japonesinhas - disse o sonhador do Bairro Mário Quintana.
Se perder em Paris
Thereza é daquelas apostadoras que prefere jogar na Lotomania, que tem 20 números e seis chances de acerto, e na Timemania, loteria composta por sete números e cinco possibilidades de premiação.
Ontem, porém, a dona de casa não resistiu e fez uma fezinha na Mega-Sena. Quando o globo gira, ela e milhões de apostadores Brasil afora ficam na torcida pelos seis números que apostaram.
- Não vejo prêmios aqui para o Sul, vai tudo lá pra Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Se eu ganhar, vou fazer um monte de coisas: pagar minhas contas, ajudar as crianças pobres e conhecer Paris -diz Thereza.
Mega da Virada
Dono de quatro lotéricas na Capital, o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Lotéricos do Estado (Sincoergs), Marco Antônio Kalikowski, se espanta com o movimento nas agências na semana da Mega da Virada.
- Na Mega da Virada, a população enlouquece. O número de apostas e o de bolões aumenta até seis vezes, especialmente nos últimos dias - revela.
Marco lembra que o cliente que faz o bolão sai da loja com um recibo oficial da Caixa, que informa a cota a que ele terá direito se for um dos ganhadores.
Os horários
Lotéricas de bairros fecham entre 18h e 19h. Nos shoppings, algumas ficam abertas até as 21h.
No dia 31, as apostas poderão ser feitas até as 14h.