Notícias



Cadê as fotos?

Álbuns perdidos: o retrato da dor da família Porto

Família esqueceu centenas de fotografias dentro de uma cômoda descartada na rua. Só restaram quatro do casal e da filha. Eles apelam pela devolução do material.

24/01/2013 - 09h02min

Atualizada em: 24/01/2013 - 09h02min


Família Porto faz apelo a quem achou álbuns com retratos de toda uma vida

A fotografia descreve com exatidão a riqueza dos detalhes de um momento que a memória não permite reconstituir: como o primeiro banho de um filho, a alegria de uma festa de aniversário, um flagrante do dia-adia. As imagens eternizadas num clique vão remeter sempre para uma lembrança, uma cena impossível de  repetir.

Há quase um mês, a comerciária Cassília Porto, 29 anos, vive pela segunda vez a tristeza de ter perdido a história da família documentada em fotografias. Na infância dela, um incêndio consumiu os álbuns. Agora, pela distração de não ter revisado todas as gavetas de uma cômoda da qual se desfez.

- Lembro da minha mãe mexendo nas fotos grudadas (por causa do fogo) - recorda Cassília, que na época tinha 11 anos.

● "Como eu pude não abrir?"

Desde que a família mudou-se do Bairro Rubem Berta para o Passo D’Areia, há três meses, Cassília e o marido, o auxiliar de depósito Sandro Rodrigo Nunes
Campos, 26 anos, resolveram substituir alguns móveis. Mesmo em boas condições, decidiram abrir mão da cômoda de MDF, cor marfim, com seis gavetas de  puxadores cinza, deixando na Rua  Veranópolis quase esquina com a Avenida Plínio Brasil Milano. Foi por volta das 20h - o dia escapou da memória.

- Eu desocupei uma parte e o móvel ficou ali (na sala). A gente se atrapalhou e colocou na rua, com duas gavetas cheias. Como eu pude não abrir? - lastima a mãe.

A comerciária se emociona ao lembrar dos momentos da pequena Lívia Porto da Silva Cunha, oito anos, que podem ter se perdido para sempre. E se sente culpada:

- Dói cada vez que  eu lembro. A foto é o único bem que nunca mais se consegue recuperar.

"Gostava de ver as de bebê"

A família só percebeu o erro no sábado passado, quando a chefe de Cassília pediu para ver uma fotografia de quando Lívia era pequena. O casal revirou a casa. Antes disso, já havia dado falta do ferro, que também ficava na cômoda.

- Só sentei e chorei. Não tenho nada em pendrive ou CD - conta a comerciária.

Quatro porta-retratos sobre a estante da sala são as únicas fotografias que restaram.

- Gostava de ver as minhas de bebê. Tinha desde o meu primeiro aninho até agora. Também tinha da minha mãe grávida, com um monte de coisas escritas na  barriga dela (no chá de fraldas).

Cassília recorreu também às redes sociais para apelar a amigos e parentes que, eventualmente, tenham fotos de Lívia e do casal.

- Faz pouco tempo que compramos estes portaretratos. Seria ainda pior sem estas fotos aqui - diz Sandro.

Saiba armazenar

✔ Com a modernidade dos celulares e a popularização das câmeras, fotografar virou mania. No entanto, é importante garantir que os registros fiquem guardados com segurança.

✔ Imprimir as fotos em papel pode ser uma maneira. Mas o ideal é, também, fazer um backup (cópia de segurança) no computador, num pendrive ou em CDs.

PARA AJUDAR

● No gaveteiro, havia um álbum grande com uma Hello Kitty na capa de fundo azul. Havia outros dois menores, da Turma da Mônica, além de sete álbuns pequenos
(daqueles recebidos de brinde nas lojas de revelação).

● Ainda foram esquecidos no móvel um ferro de passar roupas, um secador de cabelo e aparelhos de celular antigos. A família não tem interesse nesses itens:  quer recuperar apenas as fotografias. E já pensa em alguma forma de retribuir o gesto de quem esteja com os álbuns.

● Quem tiver informações pode fazer contato pelos telefones 9397-2674 e 8582-0504.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias